Desfile da Mordomia juntou mais de 700 mulheres

Mais de cem mulheres das Terras de Geraz participaram este ano no Desfile da Mordomia em homenagem à Maria Lima, que é a mordoma do cartaz da Romaria e usa o traje verde identificativo daquela região do concelho.

Susete Belo era uma dessas mulheres. Aos 43 anos desfilou pela primeira vez na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra. “Este ano o cartaz está de verde e então vimos todas”, explica a residente em Geraz do Lima. Adiantando que “sentimo-nos mais motivadas para vir”.

O Rancho Folclórico de Terraz de Geraz mobilizou as mulheres para o Desfile da Mordomia. Manuel Soares revela que “este ano temos muita chieira. 55 anos depois, o cartaz tem o traje das Terras de Geraz. Este ano é o ano do verde das Terras de Geraz”. Para aquele responsável, o objetivo era “marcar a diferença” e “além do cartaz ser identificativo das Terras de Geraz, queríamos que as Terras de Geraz trouxessem aquilo que de mais identificativo têm, que são os trajes antigos”.

“As nossas mulheres não têm os trajes todos iguais, porque antigamente as raparigas não vestiam exatamente iguais”, revela o presidente do Rancho. Explicando que “as pessoas sentiram-se muito honradas pelo facto de Geraz estar novamente no cartaz e isso fez com que, em massa, os trajes que estavam guardados há anos saíssem dos armários”. As mulheres mais jovens eram maioritariamente quem integrava o grupo das 112 mulheres.

Paula Marques já desfila há três anos. Vem propositadamente de Lousada para desfilar pelas ruas do centro histórico de Viana. “Eu acho que é uma tradição lindíssima”, revela. Acrescentando: “se não somos nós a preservar esta tradição, as coisas acabam por se perder”. Vestindo um traje de Mordoma de casaca, Paula Marques diz que “tenho o amor por Viana, pelo folclore e pela tradição”. “Quem participa neste desfile é uma família e eu sinto que faço parte dessa família”, explica.

Íris Azevedo, 16 anos, de São Salvador da Torre participa pela segunda vez e desfila lado lado com a mãe. “Este é um momento muito importante para as festas de Viana”, diz. Adiantando que “a magia do passado faz-se presente”.

A Avenida dos Combatentes da Grande Guerra concentra o maior número de apreciadores. “Eu gosto muito de desfilar na Avenida. Tem mais gente e é onde as pessoas estão para ver. Ao passar sentimos a energia de Viana e é aquilo que gostávamos de fazer”.

Julieta participa há muitos anos e incentivou a filha a entrar no Desfile. “Nós partilhamos e os trajes passam de geração em geração”.

Manuel Vitorino, junto à igreja de São Domingos, falava que a “chieira é muito mais do que a vaidade”. Adiantando que “Viana fica sempre no coração”.

D. João Lavrador falava, pela primeira vez, enquanto Bispo da Diocese de Viana do Castelo no Desfile da Mordomia. “Ninguém melhor do que vós estais a embelezar a e trazer a chieira para esta festa que tem o centro em Nossa Senhora”, frisava. Acrescentando que “não há beleza nenhuma que fique só no domínio terreno. Quem aprecia a beleza eleva-se para o transcendente e que Deus quis que ficasse a habitar em nós”.

A encabeçar o Desfile estavam as mulheres da Ribeira, seguidas das mulheres com traje à Vianesa, as com traje de Morgada e as Mordomas com colete ou casaca.

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