Ao longo deste ano de 2018, as grandes questões da região e os problemas de que enfermam as mesmas irão ser permanentemente debatidas pelo FASE Viana (Fórum Ambiental Social e Económico), tendo como objectivo observar estados e individualizar situações, bem como apresentar contributos para melhorar e agilizar processos, na perspectiva da melhoria e do bem-estar das populações.
A primeira conferência-debate, que contou com um público relevante, atento e participativo, realizou-se na quinta-feira passada, dia 1, na sede local da Ordem dos Médicos, com uma abordagem das Desigualdades Sociais e da Saúde Mental.
Para o debate, estiveram presentes Carlos Silva, sociólogo e professor universitário (Desigualdades Sociais e políticas públicas), e Catarina Vieira, enfermeira e especialista em saúde mental e psiquiatria (Pobreza e exclusão Social: A realidade da população com doença mental). Sobre práticas no terreno, contou-se com Mafalda Ribeiro, directora técnica do Casulo/Abrigo/Methamorphys (Uma resposta social); Anabela Rodrigues, psicóloga, técnica superior da equipa da Cidade Saudável, Câmara de Viana do Castelo (Práticas e Saberes na intervenção comunitária-projecto Saberes em Teia) e Ricardo Peixoto, enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiatria (Modelo de Saúde Mental Comunitária).
Realidades e questões concretas foram apresentadas. Carlos Silva deu enfoque à pobreza e às desigualdades que continuam a grassar no mundo e no nosso país em especial, algo de que, dada a sua dimensão, nos deveríamos envergonhar, salientou a exclusão social, em todos os vectores da sociedade, que está nas antípodas da verdadeira cidadania, e lançou o repto para uma maior intervenção da sociedade, no seu todo, e das organizações, em particular, para combater flagelos que teimam em persistir na sociedade; Catarina Vieira salientou que 25% da população mundial, em maior ou menor grau, tem ou já teve perturbações de ordem mental, e que, na nossa região, estes valores rondam os 18%; Mafalda Ribeiro apresentou o Casulo/Abrigo como um caso de sucesso no acolhimento e integração de pessoas desabrigadas e com carências de diverso tipo, especialmente económicas; Anabela Rodrigues deu a conhecer o trabalho que a equipa da Cidade Saudável vem desenvolvendo no sentido de ocupar e valorizar pessoas, que por qualquer razão não têm o melhor enquadramento na sociedade; e Ricardo Peixoto, ao apresentar o Modelo de Saúde Mental Comunitária, crítico na falta de respostas por parte dos diversos poderes, não deixou sublinhar que o país conta com 48 mil pessoas a sofrer de esquizofrenia e que destas cerca de 8 mil não são acompanhados com regularidade.
Pelas associações organizadoras, no final, foi feito um apelo para que potenciais parceiros (associações/coletivos e cidadãos) se juntem a este projeto de intervenção cívica. FASE-Viana do Castelo, Participe: [email protected]