Sem dúvida alguma, pois é precisamente este tema que hoje nos move para deixar aos nossos vindouros uma imagem, embora um pouco ou quanto reduzida no seu contexto local, mas vale o suficiente para registar como está a ser vivido o confinamento imposto pela pandemia de Covid-19 nesta terra de Santa Maria de Carreço.
Estamos em pleno mês de fevereiro de 2021 a viver o segundo confinamento provocado pela referida pandemia, o primeiro ocorreu como sabemos a partir de 22 de março do ano passado. No presente momento encontramo-nos com o pico da terceira vaga já atingido e com indicações excelentes de descida para se desenvolver a desejada recessão que tanto ansiamos, neste contexto de vida onde o ambiente vivencial observado na via pública na nossa Freguesia é indubitavelmente irrelevante, logo o que comprova o estado de confinamento absoluto em que nela se vive.
A prova do que atrás dissemos, são nestes dias de confinamento as ruas desta movimentada aldeia estarem praticamente desertas, sem pessoas e com reduzido movimento de carros. Os poucos carros estacionados são visíveis apenas em frente da sede da junta de freguesia e do centro social, os quais provavelmente são mais dos seus funcionários do que dos utentes. As escolas encontram-se desertas, na igreja só se realiza uma celebração da eucaristia via online ao sábado e os respetivos funerais realizam-se com um número reduzidíssimo de pessoas. Culturalmente todas as nossas instituições estão inativas, a sociedade de recreio causa saudades aos sócios e aos seus utentes diários. Está a viver uma página nova ao longo da sua centenária existência.
Como é possível, em meia dúzia de linhas, descrevermos tanto revés nunca pensado e ocorrido em tão curto espaço de tempo, mas tudo tem um objetivo na vida. No caso presente está em causa o objetivo de salvar as vidas de todos e cada um de nós e por elas nunca é demais tudo o que fazemos para conseguir tal objetivo.
Bem sabemos que é duro enfrentar este confinamento que nos desgasta, mas isso pode ser o mal menor, porque muito mais duro é, por exemplo, enfrentar um internamento hospitalar, por isso é altamente reconfortante quando analisamos os resultados conseguidos diariamente no combate declarado à pandemia pelo empenho de todos contra a dita pandemia. É certo que a duração desta situação cansa, desgasta e por vezes leva-nos a desejarmos intrinsecamente a paz, mas uma paz duradoura, onde não predomine mais o espetro da pandemia de Covid-19.
Durante o confinamento aconteceu precisamente, a necessidade de replantação de uma árvore. Tratou-se de uma oliveira, o proprietário teve de a deslocar do seu habitat e na ausência de local apropriado ofereceu a dita à Junta de Freguesia, a qual teve o bom gosto e a sensibilidade de a replantar no logradouro da Sede da autarquia, no entanto não estaríamos a fazer a narrativa deste caso se o mesmo não tivesse ocorrido, como já dissemos, em tempo de confinamento como efetivamente ocorreu.
A referida oliveira foi replantada num local mítico e ficará associada a este tempo de pandemia de Covid-19. É desejável que a mesma se transforme num marco histórico e simbólico de toda a comunidade carrecense, em plena vivência do confinamento da pandemia de Covid-19 em busca sedenta da paz interior, que todos ambicionamos.