Os factos dão-se, quem souber que os explique. Porém que a justificação não seja académica ou muito menos política. A introdução vem a propósito da situação em que se encontra o Posto Médico, encerrado desde o início da pandemia, sem dia de abertura anunciado, lamentavelmente para a população desta freguesia de Santa Maria de Carreço.
Será que tal população, pacata e ordeira, terá de implorar à sua Padroeira interseção para que se efetive a desejada reabertura, ou pelo contrário terá de se voltar do avesso e desencadear outras formas reivindicativas menos adequadas, mas a elas forçada por quem tem o dever de administrar e gerir um bem como a saúde.
Não é possível a nenhum ser pensante dizer hoje ao povo de Carreço que a sua Extensão de Saúde precisa de obras para posteriormente se efetuar a reabertura, porque já lá vai mais de um ano que encerrou e continua tudo na mesma, ou melhor como aconteceu quando abriu na primeira metade dos anos oitenta do século passado, recordo o trabalho por nós despendido na autarquia de Carreço para conseguir tal objetivo.
Quanto a obras já deviam estar feitas, ou a exemplo do célebre José Maria do Bocage, esperam pela última moda?
A população de Carreço está saturada da situação precária em que vive no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, concretamente ao médico de família e enfermagem.
É uma situação que analisada e bem ponderada não serve a ninguém, isto é, não serve nem utentes, nem funcionários, porque as queixas dos utentes que nos abordam a reclamar a abertura do posto são constantes e as queixas dos funcionários são do mesmo modo alarmantes pela acumulação do serviço verificado no Centro de Saúde da Rua Nova de Santana.
No dia 28 de junho, necessitamos de uma consulta para o médico de família, do outro lado da linha do Centro de Saúde da Rua Nova de Santana vem a resposta pronta e objetiva “estamos a marcar para outubro”, o leitor com certeza ficou estarrecido como nós ficamos, sem dúvida o caso não é para ficar indiferente, porque para ter direito a uma simples consulta de médico de família em tempo útil e em fase de pandemia não é admissível, ter que decorrer entre três a quatro meses para que tal se verifique não pode ser, nem é crível. Será que vivemos num país onde nos dizem que tem um dos melhores SNS, ou pelo contrário estaremos nós num país terceiro-mundista?
Como começamos assim terminamos, se na realidade os factos dão-se, quem souber que os explique, então que os justifique, mas com realidade e objetividade autênticas para bem de toda a população de Carreço e assim a reabertura do Centro de Saúde seja uma realidade a curto prazo e a população deixe de viver neste lastimável pandemónio dentro desta já muito problemática pandemia.