Em abril
foi como se fosse
em Santa Luzia,
o monte,
manhã de claro sol
e bonançoso mar.
O ar estava despoluído,
o horizonte ilimitado
e o verde,
o verde nem azeitona,
nem esmeralda,
o verde das árvores,
das relvas
e das águas,
era cântico profundo
de liberdade.
Em abril
foi como se fosse
incessantemente abril,
como se fosse
na pátria dos homens
e das mulheres
que, serradas as amarras,
ousavam o futuro.
(Imagem de arquivo)