Em defesa do património

Seja-me permitido, ao iniciar esta nota, referir que o atraso destes meus contactos com os leitores, de A Aurora do Lima, se deve ao facto, de eu ter sido internado no Hospital de S. João, no Porto, para a colocação de uma válvula aórtica. Cirurgia, que correu muito bem, e por isso, aqui deixo o meu agradecimento ao pessoal da Unidade de Cardiologia, daquele hospital, desde os médicos-cirurgiões, aos médicos-especialistas, enfermeiros e pessoal auxiliar.

Seria injusto, se neste agradecimento não mencionasse a minha médica cardiologista, do Hospital de Santa Luzia, de Viana do Castelo, Dr.ª Carla Dias, porque foi ela que detetou o problema, e encaminhou para o necessário tratamento, naquele hospital agora concluído. Por isso, para todos deixo aquela palavra, bem portuguesa, com sotaque minhoto, muito obrigado.

Em defesa do Património
Rua das Tecedeiras
Há dias, ao passar no troço poente, da rua das Tecedeiras, iniciei uma conversa com o senhor Rogério Castro, que mora na parte final da rua, e deu-me conta do estado de abandono, que a rua apresenta, a nascente, na sua entrada, vinda da estrada nacional, 305, Barroselas-Fragoso. De facto, o troço da via, só está com passeios e pavimento em paralelos, até ao limite da sua prosperidade e do outro lado, a mesma coisa, porque foi ele e o vizinho, que pagaram aquele arranjo. Por isso, aquela via, no seguimento até à estrada nacional, apresenta todo o seu troço, coberto de salgueiros e do conhecido “perrexil”, portanto intransitável.

A acrescentar a isto, segundo me referiu, um dos proprietários do terreno que se lhe segue, ao fazer a vedação, avançou quase um metro, para dentro do domínio público, com o argumento, “se a Junta quiser alargar a rua, tem que me pagar o terreno”.

Convém ainda referir, que aquela via, é na parte poente desta vila de Barroselas, constituída pelos antigos lugares da Estação, Rua Nova, Sião e Fiopos, a única que não está dotada, das necessárias infraestruturas essenciais aos tempos de hoje, isto é, não tem pavimento, nem passeios, água, luz e saneamento.

Por tudo isto, e fazendo eco, daquilo que Rogério Castro lembrou, aqui fica, o apelo às autarquias, Câmara Municipal de Viana e Junta de Freguesias de Barroselas/Carvoeiro, para que deem atenção, aos anseios e necessidades dos moradores desta vila, rumo ao seu progresso.

Capela de S. Sebastião
Também num desses “passeios dominicais”, entrei na capela de S. Sebastião, a mais antiga das nove capelas públicas e particulares, existentes na área desta vila, porque foi mandada construir em 1582, não com a traça de hoje, porque então era dotada com um galilés, para albergar os romeiros, cuja traça inicial foi alterada, com a sua ampliação em 1927. Notei também a sua deterioração, nas paredes e nas pinturas das portas. Entretanto chegou sua briosa zeladora, que me informou, que o teto, também se encontra em muito mau estado, porque nalguns casos, já se nota a entrada da humidade da chuva, com as consequências daí resultantes.

Será conveniente lembrar, como a zeladora recordou, que a capela fica no largo de S. Sebastião, que é hoje o “centro cívico desta vila”. Por outro lado, será de louvar o seu gosto e zelo, no esmero do templo, porque faz questão de manter a capela aberta, aos sábados e domingos.

Nestas circunstâncias, fazemos eco do seu apelo, lembramos sobretudo às autoridades, Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Comissão da Fábrica da Igreja e ainda, aos homens com o nome de Sebastião, sempre atentos à devoção do seu santo onomástico, para que se proceda à angariação de fundos, para a realização das obras de conservação e restauro, que a capela precisa.

Recorde-se, que como S. Sebastião é o patrono da “peste, fome e guerra”, durante e 1.ª e 2.ª guerra mundiais e ultimamente, com guerra do antigo Ultramar português, muitas foram as mães, com filhos na guerra, que pela calada da noite, iam rezar junto da capela, quetinha as portas fechadas…

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