A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) está preocupada com a restrição à circulação na fronteira com a Galiza. Nesse sentido, apela a “medidas compensatórias adicionais às já anunciadas, para fazer face às previsíveis consequências para a economia da principal zona de fronteira”.
“Compreendendo e concordando com a medida” e “reconhecendo a sensibilidade do executivo em limitar a circulação a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços”, a CEVAL lembra que “Espanha é o principal destino das exportações portuguesas, sendo que, se a Galiza fosse um país, seria o sexto destino das nossas exportações, com um volume três vezes superior ao do Brasil.”
Segundo os últimos dados do EURES Transfronteiriço Portugal/Galiza, existem 4.446 espanhóis a trabalhar no Norte de Portugal, 2.010 em Viana do Castelo. Já o número total de espanhóis residentes em Espanha e a trabalhar no Norte de Portugal cifra-se nos 2.659, sendo que 1.816 trabalham também no Alto Minho. Já quanto ao número total de portugueses a trabalhar na Galiza é de 9.089, sendo que destes, 622 vivem em Portugal e atravessam a fronteira diariamente.
Quanto ao número de veículos que atravessam as cinco fronteiras que ligam o Alto Minho à Galiza, a CEVAL diz que é de 31.190 veículos por dia, que corresponde a 47% do total global de veículos que todos os dias cruzam as fronteiras entre Portugal e Espanha.
A estrutura que representa as principais associações empresariais do Alto Minho sublinha temer que “tal medida terá consequências em setores como o do Turismo, da Restauração, ou Hotelaria, bem como noutros setores da atividade empresarial”.
Perante isso, a CEVAL fez chegar ao primeiro-ministro “uma missiva explanando estas preocupações e solicitando a atenção necessária, face à especial condição do Alto Minho e da sua relação com a Galiza”.
Foto: César Costa Facebook