Falecimento

Nascido a 03 de novembro de 1938, na freguesia de S. Lourenço da Montaria, Manuel da Ressurreição Antanôa Domingues foi uma figura de prestígio e de destaque merecido que partiu para o limbo da verdade no passado dia 17 de setembro. Será justa homenagem, pelos seus diversos atributos, profissionais, pois trabalhou no Conselho de Administração da E.D.P. – Porto. Também detinha qualidades de intelectualidade ímpar, valorizando-se pelos seus talentos em literatura e poesia. 

Doente crónico de foro respiratório, lutou sempre pelo bem-estar e desenvolvimento da terra que o viu nascer, pautando a sua posição perante a sociedade com o máximo de respeito pelos demais. A todos tratava de bom grado, e em 2005 foi candidato à presidência da J.F. de Montaria, tendo perdido apenas por um voto. Aí, ficara na Assembleia de Freguesia, tendo harmoniosamente cumprido o seu mandato e auxiliado todos os demais em diversas dificuldades. Era por todos estimado, e por tal entendo ser justa esta breve homenagem e que julgo ser louvável, pois fraca é a terra que não reconhece os méritos dos seus filhos e assim aqui reproduzo, um dos seus diversos poemas que dedicou à Senhora do Minho, que ele tanto amava: “Não sei se foi um sonho,/ou se foi uma visão,/Mas nesse dia eu vi,/disso eu tenho a certeza/era a Virgem Maria,/Com o cântaro na mão,/e vestida à Vianesa!…/Que jeitosa que ela ia.

Via-a com os meus olhos/levava meias de renda/e um avental de folhos/e não pensem que é lenda,/ia da fonte a caminho,/pois o que mais Ela gosta,/é de vestir bem à mostra,/assim à moda do Minho.

E quando ia à desfolhada/calçava lindas chinelas,/e vestia camisa bordada,/daquelas feitas de linho/e tinha lenço de fiados,/sob arrecadas amarelas,/e saia de lã com bordados/e algibeira de bolsinho.

E já consta na minha aldeia,/que é uma grande lavradeira,/que sabe bem urdir a teia,/e fazer a sementeira./Pega à rabiça do arado,/vai para o monte com as rezes/pelos caminhos tange o gado.

Assim, o sr. Manuel partiu, mas para sempre ficara no nosso coração. À família enlutada deixamos as nossas mais sinceras condolências deste que amou a terra que o viu nascer até ao último suspiro. Até qualquer dia companheiro.  

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