Alvarães viveu neste último fim de semana, sábado e domingo, a Festa das Colheitas em honra de S. Miguel Arcanjo, patrono de Alvarães e associado desde há séculos aos frutos colhidos da terra. É pelo Samiguel que os caseiros e rendeiros pagam (pagavam) aos proprietários das terras a pensão correspondente à renda.
Cumpre-se o ciclo da Natureza: em maio, em quinta-feira da Ascensão, no cerimonial da “Hora” na igreja Matriz, entoam-se preces para que as sementeiras lançadas à terra em primavera da vida campestre sejam sorrisos de produção para os agricultores.
Viajar no tempo e colher agora os frutos da terra e num gesto de gratidão para com a mãe natureza vir agradecer ao Divino na figura do Arcanjo S. Miguel “príncipe das milícias celestes e defensor da Glória do Senhor” o bom ano agrícola.
A Comissão da Festa das Cruzes do próximo ano, já a trabalhar, tem-se mostrado muito ativa, dinâmica e com imensa paixão pelas “coisas” que são tradições e costumes desta terra, figuras airosas da nossa memória coletiva que trazem recordações boas.
A igreja Matriz está linda e ricamente adornada e os altares compostos com os frutos da terra que são cânticos harmoniosos aos santos da nossa devoção e flores de graças que ondulam pelo templo, agora reaberto depois de obras de beneficiação. Parabéns às zeladoras que plantaram em cada altar a voz da terra e um sentido de gratidão imenso que se pressente à distância da fé de cada um.
A semana passada foi “a viagem no tempo” nas festas de Nossa Senhora da Luz e de Nossa Senhora da Ajuda e agora é a Festa de S. Miguel (nas Inquirições de 1220 é referido “esta igreja de S. Miguel de Alvarães”).
Do programa festivo constou, no sábado, uma desfolhada à antiga portuguesa no largo fronteiro ao templo e no domingo, 01 de outubro, uma celebração eucarística com a apresentação do padre João Santos, a Procissão solene e muita animação.