Festa de Santo Antão

A tradicional festividade em honra de Santo Antão vai voltar, com a organização de um grupo de bairristas constituído ad hoc, e que pretende retomar a festa nos moldes habituais, sagrado e profano.

A celebração em honra de Santo Antão, orago dos animais, decorre no calendário católico no quadragésimo dia após a Páscoa, coincidindo com a quinta-feira do Dia da Ascensão, ou “Dia da Espiga”, noutras zonas do país, data relevante para a Igreja Católicas. 

Noutros tempos, a efeméride fez parte do calendário dos dias santificados da Igreja Católica, passando depois para o domingo seguinte por extinção da qualificação religiosa atribuída à quinta-feira e da exclusão da data tida como feriado nacional. Não obstante, os lanhesenses mantiveram, por algum tempo, o hábito de salvaguardar o respeito pelos dias santificados abstendo-se de praticar trabalhos próprios, além dos da vida quotidiana.

Das ações programadas para o evento constam a Eucaristia, nos dias 26 e 27 de maio, quinta-feira e sexta-feira, a realizar na capela de Santo Antão, pelas 18h. 

No recinto ouvir-se-á de quinta-feira até domingo, música gravada, havendo ainda animação musical no sábado.

Ainda no sábado, dia 28, a partir das 18h, os apreciadores do famoso cabrito e de sarapatel “à moda de Santo Antão” terão oportunidade de se refastelar na instalação do recinto com os famosos pitéus, recomendando-se que atempadamente se faça prévia reserva de pedidos já que se prevê que a procura supere a oferta tomando como referência o sucesso de anos anteriores.

A atual adesão popular à festa de Santo Antão pouco ou mesmo nada tem a ver com a que foi no passado. Recuando até às décadas de cinquenta e sessenta do século anterior quando começaram a sentir-se os efeitos da emigração em massa com efeitos devastadores na agricultura e consequente diminuição até à extinção dos animais domésticos, predominantemente, do gado bovino, caprino e equino, desapareceram assim os indispensáveis protagonistas beneficiários da benção bendita do protetor dos animais que lhes era dada no recinto no decorrer da missa campal. 

Louve-se, contudo, a atitude de última hora do grupo de cidadãos lanhesenses que se uniram para retomar a normalidade da realização da festa a Santo Antão, garantindo a preservação simbólica dos costumes e do património cultural da freguesia.  

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