No domingo, dia 07 do corrente, na propriedade de José Dias Fernandes, nas Neves, pela primeira vez, teve lugar um evento com almoço em honra do “Fiel Emigrante”.
Um feito a lembrar os compatriotas emigrantes que após um ano de labuta longe da terra natal, acorreram às suas raízes para matar saudades.
Juntaram-se à Associação do Fiel Amigo o Bacalhau no sentido de unir os portugueses espalhados pelo mundo 376 compatriotas vindos de associações portuguesas de Paris, Londres, Andorra, Bulle, Neuchatel, Rhone Alpes, Madeira e também de Viana do Castelo. O almoço, que tinha por cardápio o bacalhau – porque foi organizado pela associação do Fiel Amigo “O Bacalhau” – decorreu no pavilhão e jardins anexos com exposição de carros, motas e bicicletas do século passado, tratores quase centenários, da coleção pessoal do presidente do Fiel Amigo o Bacalhau, Carlos Pires, cabeça de cartaz, Puxa o Fole de Inglaterra, Tony do Porto, grupo musical em palco, atuação do Rancho Folclórico de Vila Franca do Lima e diversos entretenimentos.
Além de porco no espeto, não faltaram também bebidas, frutos da época e da típica doçaria minhota. Durante o “querido mês de agosto”, a diáspora portuguesa em férias, mesmo sentindo-se “esquecidos” pelas instâncias políticas nacionais, desfruta em bom ambiente dos valores alcançados em terras estrangeiras.
A diáspora portuguesa enviou para Portugal 3.677 biliões de euros em remessas durante o ano 2021. Só no passado mês de maio, as remessas atingiram quase 90 milhões de euros.
Sentindo que a emigração portuguesa, que ronda os cinco milhões “está longe de ser reconhecida”, ao fim dessa tarde festiva André Ventura, líder do Chega, acompanhado de quatro dos deputados na Assembleia da República, chegou, alcançou um acolhimento sem igual pelo incalculável número de fotógrafos com seus smartphones em mão, e marcou posição entre os presentes.
De realçar ainda a visita do Sr. presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre.
Abordando a emigração portuguesa, o partido Chega quer agilizar a legislação referente ao voto dos emigrantes. Em declarações à CNN Portugal, André Ventura disse que “Portugal precisa muito, muito, muito que os emigrantes regressem ao país” e apelou ao Governo que crie incentivos a esse regresso. “Vamos, como prometemos, ter em setembro ou outubro uma proposta de lei no Parlamento para que finalmente possamos ter uma legislação ágil, eficaz e rápida para que os emigrantes possam votar e não voltemos a ter os problemas que tivemos nas eleições deste ano”, referiu.
Para o líder do Chega, é necessário pegar no assunto da votação da emigração “já no início da legislatura”. “Em setembro, devemos sentar-nos todos e chegar a um consenso possível para reformular as leis em matéria de votação e participação da nossa Comunidade emigrante”, defendeu. Por outro lado, considerou fundamental chamar de volta a Portugal a Comunidade emigrante, apelando a medidas do Governo nesse sentido, seja em termos fiscais seja dando-lhe a possibilidade de trazerem “livremente” para o país o dinheiro que ganharam no estrangeiro.
André Ventura considerou que o Governo tem “tratado mal” a Comunidade emigrante, sublinhando ser “simbólico” que Augusto Santos Silva, atual presidente da Assembleia da República, tenha sido o cabeça-de-lista do PS pelo círculo Fora da Europa, nas últimas legislativas. “É simbólico que um dos representantes do PS pelo círculo da emigração tenha sido Augusto Santos Silva.
A emigração está a ser maltratada e agora a Assembleia da República está também está a ser maltratada por Augusto Santos Silva”, rematou.