Em situações normais, como é de tradição, nos dias 07 e 08 de dezembro teriam decorrido as festividades em honra de Nossa Senhora da Conceição. Mas não, este ano, devido a um poderoso inimigo invisível, não foi possível exteriorizar, com a desejada alegria, todo o amor e veneração que uma grande parte da população vilafranquense sente pela padroeira de Portugal. As manifestações de fé e apreço pela Sr.ª da Conceição tiveram que se limitar às cerimónias estritamente religiosas e, mesmo assim, com as limitações impostas por quem de direito. Houve novena e missa em honra da Senhora, mas não houve procissão.
Não se ouviu a música das amplificações sonoras que se espalhava pelas redondezas, nem a animação noturna no dia 07, assim como também não houve o leilão de oferendas, de domingo à tarde, nem o fogo preso (os chamados macacos), queimado ao entardecer do último dia da festa. Há muitos anos que não se vivia uma situação assim. Nem em finais da década de 50, princípios da década de 60, que os mais idosos recordarão, com certeza, devido ao fogo preso e aos bonecos lá instalados (sem qualquer tipo de legenda) as autoridades na matéria decidiram restringir as festividades aos atos estritamente religiosos e não permitir nada relacionado com a parte considerada profana. Esta decisão criou um grande mal-estar em muita gente e levou dois vilafranquenses a expressar a sua indignação de uma forma um pouco grotesca e inconveniente.
Por não terem conseguido um pano preto para servir de bandeira, lançaram um “borrão” de tinta preta na parede sul da capela, o que virou a posição das pessoas ao contrário. Instalou-se a indignação, a GNR pôs-se em campo e os dois revoltados tiveram que responder a uma acusação, à época muito grave, que nada teve a ver com a indignação expressa. As rixas existentes na altura também ajudaram, de forma significativa, a que o processo acabasse na barra do tribunal. A história acabou por ter um final feliz para os dois manifestantes e acabou retratada por um grupo local de janeiras com a interpretação da música “o meu chapéu tem três bicos”, adaptada a voz e mímica, e reduzindo os bicos do chapéu de três para dois.
Para a comissão de festas vai um voto de confiança, convictos de que estes contratempos não esmorecerão a sua coragem.
Estamos confiantes que nem este tipo de motivos nem os do que nesta altura nos apoquenta, irão intervir na nossa festa da Sr.ª da Conceição. Este ano foi assim, mas para o ano será melhor pois, como diz o povo: “A fé move montanhas”.
ÓBITOS
No dia 29 do passado mês de novembro, com 63 anos de idade, faleceu José Alves de Araújo. Depois de muitos anos a residir em Vila Franca, este cidadão simples e humilde, conhecido na nossa freguesia com “Zé Comunista”, epíteto pelo qual gostava de ser reconhecido, lutava, de há uns tempos a esta parte, com problemas de saúde que, estamos convictos, anteciparam a sua passagem. Pessoa amável, alegre e brincalhão, o “Zé Comunista” deixou em todos os que com ele conviviam, entre eles o autor destas letras, uma enorme pena e saudade pela sua partida. Saudade das suas conversas e das suas alegres brincadeiras. Até sempre Zé.
Após as exéquias fúnebres o seu corpo foi a sepultar no cemitério de Vila de Punhe, freguesia onde tinha familiares.
No passado dia 07, com 86 anos de idade, faleceu Conceição da Sila Lourdes. Natural desta freguesia mas a residir em França, onde veio a falecer, Conceição Lourdes era mãe de uma filha. Cumpridas as exéquias fúnebres os seus restos mortais foram a sepultar no cemitério desta freguesia.
Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sentidas condolências.