No passado dia 15 de janeiro, dia de Santo Amaro, e no dia 23 de janeiro, foi celebrada missa na capela, pelas 10h30, em honra do mesmo.
Devido à pandemia não houve música gravada, sermão e procissão, o que deixou muitas pessoas entristecidas, pela ausência dos atos religiosos e por não poderem usufruir de um convívio fraterno, nos dois sábados e domingos de festa.
Nestes quatro dias, centenas de pessoas, oriundas de Vila Fria e freguesias circunvizinhas, sobem ao monte de Sabariz onde se localiza a capelinha em honra de Santo Amaro, para cumprir as suas promessas.
De realçar que num dos últimos anos o pai do músico Quim Barreiros, residente em Vila Praia de Âncora, também se deslocou à capelinha do Santo Amaro.
Nestes dias, a Comissão de Festas de São João que realiza também, nesta capela, no mês de junho a festa em honra do santo popular, disponibiliza uma tasca onde são confecionados pratos de cabrito, servido com vinho verde da região, que habitualmente é insuficiente para a elevada procura. Também nestes dias são comercializados figos e doçaria, também insuficientes para a procura.
Todos esperamos que tudo volte à normalidade, para que possamos conviver fraternalmente.
A capela de Santo Amaro que se encontra bem conservada tem sido objeto de profundas obras de conservação e restauro.
Mas ao longo de muitas dezenas de anos passou por muito descuido de conservação, por inércia dos responsáveis, ameaçando a sua estrutura.
Há registos que pelos anos de 1700 a capela estava muito degradada, e havia dúvidas quem era o responsável pela sua conservação, em 1750 passou a capela pública dependente da administração do pároco, mas passados 90 anos a autarquia e o regedor apossaram-se de forma abusiva do seu governo. O pároco de então não pactuou com estes abusos tendo participado ao administrador do concelho de Viana do Castelo, ficando a partir daí sobre a administração do pároco, sendo as esmolas destinadas à conservação da capela.
Em 1891, devido à confusão política a junta da paróquia apropria-se da capela, devolvida em 1932, mas por inércia do pároco da época a junta de freguesia veio a geri-la de 1957 a 1964.
Em 1966, sob o governo do pároco Alípio Torres foram substituídos todos os telhados, madeiramentos, porta lado norte. Em 1971, foi colocada uma cruz luminosa e o altar voltado para o povo.
Com a chegada do pároco Gaudêncio Gigante, em 1981, a Capela de Santo Amaro teve uma nova vida, assim como a gestão da paróquia de São Martinho de Vila Fria.
Para o efeito, as esmolas e a festa nos quatro dias são da responsabilidade da Comissão Fabriqueira presidida por si, sendo todas as esmolas e despesas devidamente controladas e registadas em livro apropriado exclusivamente destinado à contabilidade das receitas e despesas, incluindo benfeitorias, relacionadas com a Capela.
No ano de 1991, a capela apresentava necessidade imperiosa de restauração profunda em toda a sua estrutura, para o efeito, o teto em madeira foi substituído por estrutura de tijoleira, colocada cornija em granito em toda a capela, instalação elétrica toda nova, assim como reboco e pintura pelo interior e exterior.
No ano de 2008, foi objeto de nova intervenção, nomeadamente levantamento do telhado para colocação de subtelha ondulina, construção de murete para recorte do beirado, com granito e rufos em zinco puro e aplicação de tela de alumínio ondulina na ligação das placas com o beirado, e pintura geral por dentro e por fora.
Com a visita pastoral do anterior Bispo da Diocese D. Anacleto no dia 12 de novembro de 2017, procedeu-se à pintura geral por dentro e por fora de toda a capela.
Esta sinopse ainda que muito condensada realça os factos mais importante da vida muito atribulada da nossa capelinha.
Após períodos conturbados, vividos ainda na minha geração, relacionados com a capelinha, podemos abonar que com a chegada do padre Gaudêncio à paróquia reina a paz e alegria nos paroquianos. Queríamos realçar que é o pároco que há mais anos está ao serviço da paróquia de São Martinho de Vila Fria.
Bem-haja e que Deus permita que se mantenha por muitos anos junto dos seus paroquianos.