Freguesias “rejeitam liminarmente” a exploração de lítio

As Juntas de Freguesia de Arcozelo, Calheiros, Labruja e União de Freguesias de Bárrio e Cepões, em Ponte de Lima, manifestaram a sua “total oposição a qualquer projeto de mineração nos seus territórios”, foi divulgado esta segunda-feira.

A resolução foi tomada por aquelas autarquias do concelho de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, no domingo e comunicada pelo movimento Serra SOS d’Arga.

O documento foi promovido e subscrito pelo movimento cívico e as autarquias garantem esta tomada de posição com “as sucessivas ameaças de que o território tem sido alvo, agora concretizadas por um pedido de exploração de lítio e outros minerais, denominado Cabanas”.

Segundo as autarquias, o pedido de mineração, apresentado junto da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), “afetará de forma irremediável os seus territórios, a qualidade de vida, o bem-estar e saúde das suas populações”. As autarquias e o movimento cívico e luta contra a exploração de minérios na Serra D’Arga “rejeitam liminarmente tal intenção”. As freguesias de Ponte de Lima dizem ser “sucessivamente fustigadas pelos impactos de outras indústrias extrativas” e esta posição visa “impedir que mais um atentado ao território seja perpetrado”.

“O desenvolvimento não se promove à margem da população. O interesse nacional de nada serve se se colocam em causa a reabilitação do território e os investimentos que estas freguesias têm feito nos últimos anos na promoção do seu património”, sustentam as autarquias na resolução.

Aquelas juntas manifestam “a sua total oposição a qualquer projeto de mineração nos seus territórios” e “repudiam qualquer atentado contra o seu património natural e cultural, únicos e insubstituíveis, não permitem qualquer tipo de exploração mineira que ponha em risco a saúde, o modo de vida e bem-estar das comunidades locais, o investimento privado e ainda todo o investimento público realizado na valorização do território”.

Garantem também que vão “exigir ao Governo a imediata exclusão do território do plano nacional do lítio e a não atribuição de quaisquer direitos de exploração de depósitos minerais a empresas privadas”, e “empregar todos os esforços e recorrer a todos os meios ao seu dispor no sentido de impedir a destruição de todo o trabalho desenvolvido, nas últimas duas décadas, quer pelas autarquias e agentes sociais locais, quer pelas comunidades em prol do desenvolvimento”.

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