A candidatura apresentada pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) “És Livre? Novos olhares sobre coleções e criações para pensar a Arte e a Liberdade” foi uma das oito selecionadas para apoio e a terceira com maior pontuação, pela Direção Geral de Artes (DGARTES).
A FBAC recebeu uma pontuação de 81,18%, a mais elevada no seu histórico de classificações, e será contemplada com um apoio bienal (2023-2024), num total de 240 mil euros.
“Esta é a primeira vez que um projeto apresentado pela FBAC é selecionado em concurso para um apoio sustentado, a dois anos. Este resultado vem dar continuidade a um trabalho de décadas que se renova agora com uma nova estratégia de gestão e de programação dando mais vitalidade e dinâmica cultural ao território”, refere o presidente da Fundação.
Rui Teixeira explica que a candidatura foi considerada “relevante na região em que atua, que potencia a criação e a produção de pensamento e práticas artísticas, com o objetivo de transformar Vila Nova de Cerveira numa referência internacional da arte contemporânea”.
“Vila Nova de Cerveira é um «hub cultural» em expansão e queremos continuar a trilhar este caminho assente em três pilares estratégicos: educação, aproximação aos públicos e internacionalização”, acrescenta Rui Teixeira.
Para o biénio 2023/2024, que desembocará na organização da XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira (2024), a FBAC propõe convocar novos olhares – de artistas, curadores, colecionadores e de outras estruturas de criação e programação – para pensar a Liberdade, em tempos complexos como os que vivemos. ÉS LIVRE? é a pergunta que será feita, de forma direta, aos públicos, antecipando e assinalando os 50 anos do 25 de abril de 1974.
O programa será coordenado por uma equipa curatorial e de programação liderada por Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, que contará com a participação de curadores de mérito, tais como João Ribas, Raphael Fonseca e Jorge da Costa.
Em 2023, a programação expositiva em Vila Nova de Cerveira arrancará no segundo trimestre, sendo que os primeiros meses do ano serão dedicados à desmontagem da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira e à manutenção dos espaços.
A partir de maio, a FBAC irá apresentar exposições da Coleção do Museu Bienal de Cerveira e acolher a Coleção de Norlinda e José Lima, afirmando Vila Nova de Cerveira como um lugar de referência no circuito da arte contemporânea. A nível de itinerâncias da Coleção da FBAC, serão promovidas mostras no Alentejo, em Estremoz, e em Bragança.
A criação artística a partir do território é um dos objetivos da atividade “Livre trânsito_ciclo permanente de residências e intervenções artísticas” que irá reativar as oficinas do Fórum Cultural de Cerveira já no próximo ano.
Em 2024 comemoram-se os 100 anos do nascimento de Jaime Isidoro, considerado o “pai” da Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Neste âmbito, será produzido um documentário que evidencie o seu papel, na história da arte portuguesa, como divulgador, colecionador e artista. Assinalam-se, também, os 50 anos de realização do importante ciclo “Perspectiva 74” e João Ribas será curador de uma exposição que celebrará a efeméride. Terá arranque previsto para 2023 e dobrará as comemorações do centenário de nascimento de Jaime Isidoro.
Transversais a todo o programa, as ações de mediação cultural promovidas pelo Serviço Educativo serão uma aposta reforçada. Dando continuidade a projetos de sucesso, serão dinamizadas novas atividades, direcionadas às necessidades do território. A comunidade escolar, as famílias, o público sénior, a população migrante e utentes diagnosticados com problemas de saúde mental, serão alguns dos públicos convidados a participar neste projeto de democratização cultural.
Por último, no que concerne ao programa formativo serão ministradas sessões nas seguintes áreas: acolhimento e fidelização de públicos, atendimento a pessoas com necessidades específicas, mediação cultural e curadoria e montagem de exposições.