Grande festa

Anualmente, no segundo fim de semana de setembro, realiza-se na freguesia de Chafé desde o século XIX a Romaria em honra de Nossa Senhora do Alívio. 

Com um programa festivo bastante estruturado pela comissão de festas, os forasteiros oriundos de vários horizontes acorreram em alto número, um facto que cada ano que passa vem superando as expectativas. 

A Parada Agrícola, que, a bem dizer é o ponto máximo festivo, atraiu milhares de forasteiros e se posicionaram nas margens da longa via percorrida pelo cortejo etnográfico, que, como habitualmente, tem início na área da zona industrial de Chafé e termina no extremo do Centro Cívico. 

Quanto ao início do arranque da Parada, seria de bom grado combinar horário de partida para as 17 horas em ponto, de modo que o final do sempre longo cortejo termine bem antes do pôr do sol. 

No referente à presença de muito público, durante três dias e noites em redor do adro e da igreja, os arraiais noturnos musicais foram vividos altamente até às tantas da madrugada. 

Por outro lado, convém referir que, é bem possível um certo dia acabarem as festividades religiosas e profanas nas aldeias. 

Vejamos então, uma parte das dificuldades financeiras que os festeiros neste evento suportaram. Direitos de autor, 812 euros. Parecer da GNR para realização do evento, 20,21 euros e da parte da GNR para desfilar as ruas da Cidade, 20,21 euros. Para a PSP acompanhar a mordomia em Viana, 88,70 euros. Licença para autorizar lançamento de foguetes, 122,65 euros. Para possibilitar a saída das procissões, 140 euros. Para a presença da GNR durante a colocação da armação, ornamentação e durante a Festa, 3 064,22 euros. Tais custos totalizam, 4 267,99 euros. Enquanto que, os carolas da festa, são compensados pela municipalidade com apenas 1 200 euros. Como assim, Viana pode encher-se de eventos Bate Forte!

Portanto, Chafé podia ser uma freguesia mais acarinhada pelo edil da Câmara Municipal, pelo facto de extramuros Chafé, render ao município a nível taxativo, um valor equivalente ao milhão de euros anuais, ora, que, nem sequer 10% lhe são investidos anualmente na freguesia. 

Pois é preciso ter coragem para ser festeiro nas aldeias de Portugal. 

Durante o ano todo, os carolas da Comissão de Festas, sem qualquer benefício, privam-se do tempo familiar, têm despesas de combustível e de alimentação, “usam o seu próprio calçado” e, é claro, queixam-se em sofrer de ansiedade para conseguir angariar os fundos necessários no sentido de preservar uma tradição ancestral. 

A todos os carolas festeiros, um bem hajam. E até lá, Viva 2024!   

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