Foi no passado dia 17 de novembro, em ambiente de festa, que o grupo de ação cultural e musical Lagoa Azul comemorou o trigésimo aniversário da sua existência. Muitas foram as pessoas que se quiseram associar a este convívio, realizado no restaurante «Sol Doce», em Barroselas, para dar os parabéns ao grupo e repetir o gesto de apoio e carinho, com que ao longo dos tempos os têm presenteado. Foi com agrado, que registamos a presença de muitos amigos, não faltando as altas representações da nossa terra, que muito honraram.
A alegria e boa disposição foi uma constante ao longo da tarde e nem mesmo o retardamento do programa, por motivos alheios à vontade da organização, fez com que as pessoas se ausentassem.
Durante o almoço, foi feita uma retrospetiva das várias etapas, que trouxeram o grupo até aos dias de hoje, dando a conhecer a parte invisível de uma estrutura, que ao longo dos anos se foi consolidando. Já com a tarde avançada, juntaram-se à volta do bolo para cantar os parabéns, todos os elementos do grupo, incluindo os que fizeram parte do mesmo, mas que, por imperativos pessoais, se foram ausentando. Apesar disso, a amizade ficou, e nestes momentos de convívio e de festa juntam-se para partilhar alegrias, com todos aqueles que se identificam com estes valores.
Por fim, chegou a hora da animação musical, interpretada pelo grupo, onde se sentiu uma grande empatia entre o público e a banda, com muitos aplausos e gente que não resistiu a um pezinho de dança.
Desta forma, escreveu-se mais uma página da história deste grupo, que assenta a sua longevidade, no espírito de compromisso e de camaradagem, entre os seus elementos, dando primazia a uma forma diferente de estar na vida, relegando para segundo plano a parte comercial, quase sempre responsável por interrupções de muitos projetos. Trinta anos são, sem dúvida, uma marca importante, atingida através da ambição, da luta e do trabalho, assumido de uma maneira constante. Hoje, colhemos os louros de todo esse esforço, pois é com grande satisfação, que vemos o Lagoa Azul nos grandes palcos mediáticos, através da rádio e da televisão portuguesa. Escusado será dizer, que para atingir os êxitos alcançados, muito tem contribuído todo o apoio e carinho, que as pessoas têm dispensado, comprando os discos e promovendo espetáculos.
Este grupo, nascido de um «projeto familiar», com a sua génese na música tradicional portuguesa, foi-se revelando ao longo dos anos, caracterizado por uma forma peculiar, que o tornou diferente.
Conta no seu património discográfico, com duas gravações em cassete e duas em CD, registando um longo historial de atuações, efetuadas ao longo dos anos. Ultimamente tem sofrido um processo de mutação, adotando outros ritmos e novas canções, com preferência para originais, em função das tendências musicais, exigidas pelo público. Sentimos que os tempos mudaram e com ele, os rostos dos membros, mas jamais mudará a força, o empenho e o crer.
No entanto, os membros têm consciência que tudo é finito e num futuro não muito distante, os limites físicos aceitáveis de alguns elementos, não tardarão a chegar. Quando tal acontecer, esperemos que haja novos talentos, com gosto pela música, para dar continuidade a este projeto, que teve o seu preambulo há quase 40 anos. Até lá, valha-nos a mensagem do bonito poema, cantado pela grande sra. do fado Amália Rodrigues, que dizia: Cantarei até que a voz me doa.