Instituições vianenses no apoio às dificuldades das famílias

Vai decorrer este fim de semana, dias 26 e 27, mais uma campanha de recolha do Banco Alimentar (BA), sobretudo, às portas dos supermercados. A mesma prolongar-se-á até 04 de dezembro, online, através do endereço <alimentestaideia.pt>.  Segundo informação da própria instituição, o BA apoia, através das instituições, a nível nacional, mais de 400 mil pessoas.

Crise social

Portugal vive uma crise social de pobreza e em Viana do Castelo também se faz sentir. Os números que nos foram fornecidos pela de delegação local da Caritas apontam para uma média, este ano, de 892 atendimentos (mensais), quando, há um ano, esse número andava pelos 841. 

Manuel Carvalho, vice-presidente da Direção, explicou que têm empresas locais que apoiam a instituição, mas já há quem se depare com algumas dificuldades para fazer face à crise. Por outro lado, tem descido o número de vianenses a recorrer à Caritas, por terem entrado no mercado de trabalho, ao passo que aumentou o número de imigrantes. Nestes, destaca-se o número oriundos do Brasil, mas também existem da Ucrânia, S. Tomé, Colômbia, Paquistão, Bangladesh e Índia.

A inflação galopante é a principal razão da crise atual e da “pobreza envergonhada” que, disse-nos aquela fonte, já atinge pessoas que estavam na classe média. Um dos problemas da Cáritas tem sido, inclusivé, o apoio ao pagamento das rendas, pois há casos em que, ainda recentemente, se cobrava uns 350 euros por mês por uma habitação pela qual hoje se leva 550 euros ou mais.

Em nota que nos enviou, a Cáritas faz também uma leitura da rede nacional em que se observa um aumento generalizado, em todo o país, dos pedidos de ajuda, sendo que as famílias que mais procuram a Instituição são oriundas de classe média e média baixa.

Refere-se, também, que “o acesso à habitação constitui uma das principais dificuldades para a integração de pessoas vulneráveis, nomeadamente jovens estudantes, famílias com baixo rendimento e pessoas sem abrigo”. Paralelamente, “existe um decréscimo de disponibilidade por parte dos doadores e as medidas com vista à sustentabilidade das respostas sociais tardam em chegar”.

Refood recupera comida

A Refood é outra das instituições que apoia os mais fragilizados, sobretudo ao nível alimentar. 

O movimento de voluntários dedica-se à recuperação de comida em boas condições, designadamente de restaurantes, e à alimentação de pessoas necessitadas através da inclusão da comunidade local.

O núcleo de Viana do Castelo iniciou a sua atividade em janeiro de 2017. Conforme nos informou fonte da instituição, em novembro de 2021, apoiava 62 famílias, num total de 139 pessoas, e tinha 79 pessoas em lista de espera. Decorrido um ano, apoia 53 famílias, num total de 121 pessoas, mas tem mais de 300 pessoas em lista de espera. 

No entanto, os que estão em lista de espera levam diariamente pão, bolos, sopa e, por vezes, fruta, legumes e iogurtes. 

O núcleo da Refood em Viana do Castelo – que funciona todos os dias –  integra, neste momento, duas dezenas de pessoas voluntárias, mas precisa de mais ajudas para conseguir cumprir a missão.

Mais de 200 refeições 

ao meio dia e 140 à noite

Já relativamente às valências do Centro Social e Paroquial de N.ª Senhora de Fátima, o padre Artur Coutinho informou que no Serviço de Apoio ao Domicílio (SAD), são diretamente apoiados 43 pessoas  e há cerca de 20 em lista de espera. 

Referiu-nos, também, que no Jardim de Infância, existem 40 crianças e cinco em lista de espera. O Centro de Dia recebe 40 e há nove em lista de espera. O Centro de Convívio acolhe 10 pessoas e há uma em lista de espera.  

No Berço, instituição de acolhimento temporário de bebés e crianças em risco, estão 14 e pode acolher mais seis, existindo uma criança autista prestes a completar 18 anos. 

Já o refeitório social,  “contando com os colaboradores, cozinhamos mais de 200 refeições, ao meio dia, e, à noite, cerca 140”, assegura o padre Coutinho.

“Temos ucranianos, brasileiros, e especialmente portugueses. Agora, acresceram os pedidos,  em cerca de 4%”, acrescenta, explicando que a média diária entre o almoço e o jantar anda pelos 160 utentes. Isto porque há duas respostas sociais que não têm refeição ao sábado e domingo”, esclarece.

O sacerdote aproveitou para dizer que já está a preparar a consoada/ceia do Natal dos Sós, mas carece da decisão da próxima reunião da Direção sobre inscrições. 

“O bacalhau costuma ser da Noruega. Haverá vinho e iguarias próprias do Natal… e, sobretudo, muita alegria. Somos ajudados por colaboradores da casa e por voluntários que controlam o ambiente e a festa”, concluiu.  

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