IPVC estabelece protocolo com UTAD para promover doutoramentos

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) assinaram, há dias, um protocolo de cooperação que irá permitir a realização de orientação científica de projetos de doutoramento entre professores e investigadores das duas instituições. Uma cooperação inédita entre as duas instituições de ensino superior com vista o desenvolvimento do território, que conta ainda com colaboração dos municípios. Para o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, este protocolo vai “fazer toda a diferença”, uma vez que “o saber e o conhecimento vão ser diretamente aplicados às necessidades da região envolvente, neste caso o Alto Minho”. Carlos Rodrigues acredita que este foi o primeiro passo dado pelo IPVC para que um dia, quando estiverem reunidas as condições legais, o Politécnico de Viana do Castelo possa atribuir o grau de Doutor.

Na cerimónia de assinatura do protocolo de cooperação entre o Instituto Politécnico de Viana do Castelo e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que se realizou na Porta do Mezio, em Arcos de Valdevez, o presidente do IPVC congratulou-se com o “marco histórico e de extrema importância” quer para a instituição quer para a região. “Estamos a fazer a diferença a todos os níveis, uma vez que é muito importante colocar o conhecimento ao serviço das necessidades e realidades do nosso território, disponibilizando esse saber fazer a todas as instituições”, vincou Carlos Rodrigues.

Um dia que o presidente do IPVC considerou de “emblemático” uma vez que a assinatura deste protocolo é o “primeiro passo dado pelo IPVC” para que um dia, quando estiverem reunidas as condições legais, o Politécnico de Viana do Castelo possa atribuir o grau de Doutor. Neste caso em concreto, a cooperação entre o IPVC e a UTAD vai possibilitar aos alunos dos cursos de mestrado das duas instituições realizar projetos de doutoramento, em áreas identificadas pela região, mas o grau é apenas atribuído pela UTAD.

Os institutos politécnicos ainda estão impedidos de atribuir o grau de Doutor, mas o IPVC está com este protocolo “a fazer o caminho, reunindo um conjunto de requisitos para que o possa fazer quando for possível”. Carlos Rodrigues foi mais longe: “este protocolo entre pares vai permitir fazer trabalhos de investigação e criar redes estruturais e fundamentais para num futuro, que esperemos próximo, esteja apto e tenha reunido todas as condições para ser uma das instituições elegíveis para a atribuição deste grau”.

O protocolo visa a criação das condições gerais para o desenvolvimento da cooperação científica, pedagógica e técnica, com particular foco no desenvolvimento de projetos de doutoramento, com orientação científica partilhada, de estudantes matriculados em cursos de 3º ciclo (Doutoramento) ou Programas Doutorais da UTAD, em áreas de ensino e de investigação consideradas de interesse comum. “Este protocolo envolve os 19 programas doutorais que temos acreditados na UTAD”, informou, entretanto, o reitor da UTAD, Emídio Gomes.

“Este é um passo muito importante que tem um objetivo concreto, porque tem uma visão partilhada de doutoramentos que nos interessa com orientação conjunta de docentes do IPVC e da UTAD para projetos a desenvolver neste território”, assegurou Emídio Gomes.

O reitor gostava de ver, dentro de pouco tempo, “o primeiro aluno inscrito no programa de doutoramento em ciências agronómicas e florestais no ramo de viticultura e enologia”. A este “caso exemplar”, que tem a colaboração do Município de Melgaço, o reitor da UTAD espera que outros lhe sigam. O Município de Melgaço vai atribuir bolsas que contemplam o pagamento das propinas aos estudantes que optaram por uma das seis áreas de investigação aplicadas à região.

Emídio Gomes deixou o desafio: “Quanto melhor for o IPVC em termos de investigação aplicada, melhor é a UTAD e melhor será região”.

O reitor da UTAD assume que ficará “muito feliz, se daqui a alguns anos, e tendo por base este protocolo de cooperação, o IPVC em vez de ter uma unidade reconhecida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) com Bom ou Excelente, que é condição para ter um doutoramento, possa ter três ou quatro unidades com esse reconhecimento”. Para o reitor da UTAD, “a região só ganha com isso”.

Com os programas doutorais a serem reforçados e reestruturados em áreas estratégicas para a UTAD, o reitor mostrou interesse no Alto Minho. “O importante é daqui a três ou quatro anos estarmos a festejar o primeiro doutoramento atribuído pela UTAD, resultante desta cooperação”, referiu.

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