Jogadores de tabuleiro encontraram-se em Viana

Cerca de um milhar de pessoas, entre visitantes, jogadores, palestrantes e participantes nos workshops, estiveram, segundo a organização, no último fim de semana a integrar a Vianacon, a convenção de jogos modernos de tabuleiro.

O epicentro foi o Centro Cultural (Coliseu) e, no sábado à meia-noite, hora de encerramento, foi mesmo necessário solicitar a cerca de 60 pessoas para se retirarem, por ser hora de fechar as portas, conforme nos referiu Ricardo Ferreira, presidente da ArtMatriz, a associação que promoveu esta iniciativa, com entrada livre.

Além de muitos vianenses e pessoas oriundas de várias partes do nosso país, estiveram também presentes espanhóis, irlandeses e polacos.

“Tivemos famílias, por exemplo, do Alentejo que vieram passar o fim de semana a Viana só para, de propósito, vir jogar. Em Portugal, existem cinco ou seis convenções deste tipo em que as pessoas costumam ir, conhecem-se, combinam jogos entre elas. Por exemplo, os de Braga combinam com os do Porto e encontram-se para jogar”, refere Ricardo Ferreira.

A organização envolveu diretamente cerca de 20 pessoas. “São as pessoas que mais frequentemente aparecem nos encontros de jogos do ArtMatriz e connosco colaboram. A Câmara cedeu-nos o espaço, ajudou-nos a conseguir este evento e a trazer pessoas. Tivemos pessoas interessantes, como um digital advisor (consultor) da Microsoft, que trabalha entre Portugal e Estados Unidos e veio cá dar uma palestra sobre inteligência artificial. Tivemos ainda um workshop de criação de equipas e de colaboração, um formador que ganhou o prémio de melhor formador de 2019. Decorreu ainda um workshop de jogos de tabuleiro em que esgotamos praticamente as inscrições, tivemos pessoas de fora à espera a ver se alguém desistia para entrar. Todos estiveram esgotados e as palestras tiveram muita gente”, salienta o organizador.

FENÓMENO MUNDIAL
Ricardo Ferreira explica ao A AURORA DO LIMA que a geração entre os 35 e os “40 e muitos” designa-se do pós digital. Todavia, isso significa que trabalham toda a semana com o digital e querem fazer algo distinto deste. “Daí voltarem para as coisas reais, os jogos de tabuleiro, convívio com a família. Isso ajuda na combinação das duas coisas. As pessoas que querem tirar os filhos dos computadores, das consolas e dos telemóveis e as pessoas que trabalham todos os dias com a informática. A conjugação destes dois tipos de pessoas está a fazer o boom destes jogos do tabuleiro modernos. Estão a surgir centenas de clubes e associações por todo o país e pelo mundo. É um fenómeno mundial”, observa.

No espaço estavam presentes pessoas de diferentes gerações a interagiram sem as novas tecnologias. “Estão a conviver e a jogar juntas. Há muito pouca gente no telemóvel. Aqui poucos se vêem e as que os estão a usar é apenas para fotografarem os jogos”, sublinha.

TODAS AS PESSOAS TÊM UM JOGO
Ricardo acentua mesmo que há jogos para todas as pessoas. “Quem diz que não gosta disto, é porque não encontrou o jogo certo. Há party games (para conviver e brincar), jogos de estratégia, militares, de resolver enigmas, xadez um bocadinho mais complicados”, revela.

“Todos os anos saem milhares de jogos. A indústria dos jogos de tabuleiro está a ficar com um poder monetário quase igual aos dos jogos de computadores”, acrescenta, relativamente ao facto de existir quem os ache “retro”, que isso será só no aspeto. “Até já existem jogos híbridos – de tabuleiro, com componentes, mas que podem utilizar uma aplicação de telemóvel para ajudar a fazer uma ou outra coisa. A maioria dos utlizadores são jovens dos 25 aos 35 anos; depois temos as gerações dos pais e dos filhos destes”, enfatiza.

A divulgação do evento decorreu nas redes sociais e pela comunicação social, envolvendo a ArtMatriz e um grupo de jogadores de Viana do Castelo que a ela se juntaram.
Entretanto, todas as quarta-feiras, entre as 21 e as 24 horas, na sede da ArMatriz, na Rua da Bandeira, 139 – 1º, as portas estão abertas para todos que queserem experimentar e jogar.

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