Este nosso particular amigo faleceu no passado dia 27 de Abril, a pouco menos de dois meses da morte de seu irmão Manuel (03Mar), com doença também incurável.
José Laranjeira era figura conhecida e prestigiada na cidade, não só pela sua simpatia e gentileza, mas, também, pelo profissionalismo que impunha no seu restaurante.
Era casado com a professora D. Isabel Laranjeira, de quem teve três filhos: Joana, psicóloga presentemente a trabalhar em Itália; Helena, formada em gestão, e Pedro, engenheiro alimentar, ambos a colaborar com o pai.
Foi a enterrar no dia 28 de Abril no cemitério municipal. As nossas sentidas condolências à família enlutada, designadamente sua esposa, filhos e seus dois irmãos.
“Duas ou três coisas
Em notas pouco diárias de Francisco Seixas da Costa (*)
Laranjeira
Olhando para trás, dou comigo a pensar que devo ser cliente do Laranjeira, um dos mais seguros poisos gastronómicos de Viana do Castelo, vai para mais de seis décadas. Comecei a ir por lá almoçar em criança, com os meus pais, no verão, quando na antiga “casa de pasto” preponderava a figura do senhor Francisco, com a dona Maria a dirigir a cozinha.
[…]Com o José, desde há muito, estabeleci uma relação pessoal que fazia com que, mesmo numa passagem breve pela cidade, nunca deixasse de o visitar, ali naquele início da rua Manuel Espregueira, à saída da Praça.
Era com evidente alegria que, à minha vista, ele disparava do fundo, da zona do balcão, naquele seu passo curto e estugado, com o sorriso a aflorar no bigode cada vez mais branco, para o nosso abraço sempre amigo.
Há uns anos, falou-me da doença. Que, a certa altura, se lhe pressentia na cara. Creio mesmo que me disse ter ido a uma consulta ao estrangeiro. Depois, recuperou e tudo parecia bem. Passei, há pouco tempo, por Viana e olhei para dentro do restaurante. Era a meio da tarde. Nem o José, nem sequer a simpática empregada Maria Eugénia, estavam à vista. Perdi assim a última oportunidade de encontrar o meu amigo José Laranjeira, que hoje desapareceu. Para mim, Viana, sem ele por ali, não será mais a mesma coisa”.
(*) Memória editada no blog de FSC pelo falecimento José Rodrigues Laranjeira do qual transcrevemos, com a devida vénia, parte dessa sua homenagem.