Largo das Neves volta a viver a Páscoa a Três

Ontem, o Largo das Neves voltou a ser palco do encontro das três cruzes pascais das freguesias de Barroselas, Mujães e Vila de Punhe.

Este projeto é um conjunto de iniciativas que se desenvolvem no período pascal nas comunidades que brindam na Mesa dos Três Abades – Barroselas, Mujães e Vila de Punhe. A diversa programação, que conjuga a fé com a tradição e o profano, destina-se aos locais, aos filhos da terra que regressam na época festiva e aos inúmeros curiosos que encontram um encanto especial nas tradições e nas vivências das gentes do vale do Neiva.

Com a preparação das Festas da Senhora das Neves realizaram-se as cerimónias da segunda-feira de Páscoa no Largo das Neves – o “Encontro das Cruzes, o “Brinde na Mesa dos Três Abades” e o “Hastear da Bandeira”. A envolvência e a expetativa em relação a este conjunto de cerimónias é tal, que leva a considerar-se a segunda-feira de Páscoa como o primeiro dia das festividades.

As autarquias de Mujães, Vila de Punhe e Barroselas e Carvoeiro e o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto organizaram a Queimada do Judas com o propósito de dinamizar a cultura popular e de fortalecer a cooperação entre as três comunidades.

Queimada do Judas teve como inspiração a Queima do Judas que se realizou no Sábado de Aleluia de 1921 no Largo das Neves. Depois de 92 anos, de um suposto interregno, o Judas voltou, no sábado de aleluia, ao Largo das Neves para censurar e ser queimado na forca. Embora tenha como ponto de partida a tradicional Queima do Judas, a Queimada do Judasapresenta-se como um conceito aberto e resiliente, permitindo novas e criativas roupagens.

Mantendo na estrutura o testamento e o auto de fé do Judas, o conceito ajusta-se aos tempos de hoje e define como matriz diferenciadora a leitura do esconjuro acompanhado da tradicional queimada galega, com o propósito de, antes de ser queimado, exorcizar os pecados do Judas e permitir uma morte com absolvição e perdão.

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