Em março, quando as entidades governamentais e sanitárias tomaram medidas com vista à proteção das pessoas e defesa contra as consequências da COVID-19, não imaginávamos quão longa ia ser a travessia do deserto até chegarmos à liberdade de uma vida normal.
Na altura ou um pouco antes, a Diretora Geral da Saúde afirmara sábia e peremptoriamente “que não havia grande probabilidade de chegar um vírus destes a Portugal e que até mesmo na China o surto havia sido contido”. Os mestres também se enganam!
É que isto do vírus é complicado, até mesmo para os segredos da Medicina, e a pandemia, que veio da Ásia, como quase todas, tomou proporções alarmantes por todo o mundo com consequências evidentes que não vale a pena enunciar.
Falemos de Alvarães onde não tivemos conhecimento de qualquer caso e onde as pessoas, cautelosas, prudentes e temerosas, continuam a guardar distâncias e a protegerem-se deste vírus que deixa marcas visíveis na sociedade e nos enlouquece pelo medo, surripiando a nossa liberdade de ação. Por cá, após março, abril e maio, longo período onde foram suprimidas atividades e festas que se enraízam no espírito sentido deste povo, as “coisas” parecem querer voltar a uma normalidade mais fictícia que real num desconfinamento cauteloso e lento. As igrejas (Matriz e de São José, na Costeira) abriram portas. Há a celebração da Eucaristia com um terço dos fiéis a assistirem. De máscara e de mãos desinfetadas.
O comércio e os “poucos” serviços respeitam as regras de higiene e de segurança e ninguém atravessa as portas dos estabelecimentos sem as devidas precauções. É bom que assim seja!
A nossa grande instituição de natureza social, o PASA – Posto de Assistência Social de Alvarães, com várias valências, nomeadamente Lar, Centro de Dia, Apoio ao Domicílio e Creche, não facilitou em nenhuma circunstância e a Direção, Equipa Técnica e Colaboradoras merecem a nossa simpatia e gratidão pelas medidas cautelares impostas.
Até ao momento, não houve “casos” e os conselhos e as medidas profiláticas seguidas à risca proporcionaram tranquilidade. Na altura mais crítica da infeção, a nossa Extensão de Saúde resguardou-se em Barroselas, no Centro de Saúde onde ainda permanece. Achamos que agora, médicos, enfermeiros e pessoal administrativo deveriam voltar a ocupar o seu espaço no Centro Cívico, em Alvarães.
Esta equipa de saúde faz-nos muita falta aqui, sobretudo aos mais idosos, e vai sendo tempo de, com todos os cuidados, regressarem a esta base, que com direito, há muitos anos, Alvarães conquistou.