“Lição de história” sobre templo de Santa Luzia

O Templo de Santa Luzia que, este ano, assinala os 60 anos da sua conclusão, vai ser o mote para uma “lição de história” na edição deste ano do cortejo histórico e etnográfico da Romaria d’Agonia, na tarde do próximo sábado, dia 17.

No total, o cortejo incluiu 144 quadros, integra 30 carros alegóricos e mais de 3000 figurantes, percorrendo 2,3 quilómetros pelas principais artérias da cidade, demorando praticamente três horas.

O presidente da comissão executiva das Festas, Parente da Cruz, referiu à comunicação social que “serão relembrados alguns dos momentos mais marcantes do monte de Santa Luzia, da edificação do templo [designado como do Sagrado Coração de Jesus], um ícone da arquitetura da cidade e de onde se avista uma das paisagens mais belas do mundo”.
Projetado pelo arquiteto Ventura Terra, o templo de Santa Luzia, cuja construção decorreu entre 1904 e 1959, é hoje um ex-líbris de Viana do Castelo.

Segundo Parente da Cruz, citado pela Lusa, o tema escolhido para o cortejo histórico e etnográfico deste ano “está ainda presente na memória de muitos vianenses, quer através de memórias transmitidas pelos seus pais e avós, que assistiram ao início dos trabalhos, quer das vivências, em primeira mão, na fase final desta obra imponente”.

As obras de construção do templo iniciaram-se em 1904 e foram interrompidas em 1910 com a Implantação da República e a consequente Lei da Separação do Estado da Igreja.
A construção foi retomada em 1926, sendo que os trabalhos exteriores prolongaram-se até 1943 e os interiores até 1959. Benzido em 14 de junho desse mesmo ano, o Templo do Sagrado Coração de Jesus é hoje um ex-líbris de Viana do Castelo.

Do zimbório existente no topo do templo, o ponto mais alto da cidade de Viana do Castelo, os visitantes avistam uma paisagem de vários quilómetros (em dias limpos, chega-se a avistar a Póvoa de Varzim). De acordo com dados da confraria, entre 80 a 90 mil pessoas acedem (entrada paga) anualmente ao zimbório.

A componente histórica do cortejo incluirá ainda um “apontamento” sobre a vida de Bartolomeu dos Mártires (1514 – 1590). Foi em julho último que o Papa promulgou o decreto relativo à canonização de Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), arcebispo de Braga, arquidiocese que incluía, na altura, os territórios das dioceses de Braga, Viana do Castelo, de Bragança-Miranda e de Vila Real.

A leitura do Decreto que inscreve Frei Bartolomeu dos Mártires no Livro dos Santos deverá ter lugar na Arquidiocese de Braga, no próximo dia 10 de novembro.

Nascido em Lisboa em 03 de maio de 1514 e falecido em Viana do Castelo em 16 de julho de 1590, e está sepultado no Convento de São Domingos.

A parte etnográfica do cortejo irá evocar a memória das paradas agrícolas, lembrando as vivências do monte, campo, rio e mar. O cortejo integrará, ainda, a charanga da GNR e um gigantone francês, Isidore Court’orelle, de Lezennes, no norte de França.

Recorde-se que a romaria, organizada pela VianaFestas, decorre entre dia 16, e a próxima terça-feira, dia 20 de agosto, estando o orçamento estimado em 600 mil euros.

Entretanto, nos antigos Paços do Concelho funciona um posto de informação onde está patente a exposição das 81 das propostas recebidas no concurso que selecionou o cartaz que anuncia a festa de 2019.

Nesse local funciona uma mesa interativa para aceder à plataforma online “Memórias da Romaria”, onde é possível encontrar algumas raridades sobre as festas e as gentes de Viana do Castelo desde 1750.

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