Vivemos tempos difíceis, de ansiedade e medo, perante a ameaça do novo coronavírus. Houve que fazer mudanças em tudo aquilo a que estávamos habituados, desde a missa de domingo à ida ao café, ou até uma simples visita a familiares. Tudo mudou.
Há falta de transportes públicos, fazem-se filas à porta das lojas e supermercados que ainda se mantêm abertos, afastamo-nos uns dos outros respeitando a medida de distanciamento social, saídas apenas para o estritamente necessário. Estamos confinados em nossas casas, agarrados ao telemóvel, computador ou tablet para comunicarmos com os amigos e seguirmos as informações sobre o número de infetados, mortos e recuperados da Covid-19.
A televisão faz companhia aos idosos que vivem sós, com os quais parece que não se importa, pois vai atirando dados e estatísticas com a pretensão de nos aliviar o medo, mas este vai aumentando, assim como a ansiedade para quem tem a idade já um pouco avançada. Ah, isto só morrem velhos, ouvimos dizer amiúde.
Pois bem, os velhos são pessoas, são os nossos pais, os avós, os tios, os vizinhos. A idade não tira identidade a ninguém. Aquele velho de 80 anos que faleceu com o novo coronavírus é da mesma idade do nosso avô, do nosso pai, do vizinho que nos poda a vinha, da vizinha que nos dá couves ou um raminho de salsa, dos nossos padrinhos, dos nossos tios. É uma pessoa. Nem a idade, nem a doença lhe retiram a dignidade de ser alguém, do direito à existência e preservação da vida como a qualquer um de nós.
É triste que busquemos alívio na ideia de que só morrem velhos, como se eles fossem descartáveis. Não são. Uma sociedade sem velhos está incompleta, mutilada. As crianças precisam de conviver com a velhice, com o carinho da avó e cumplicidade do avô, com a ternura e paciência com que a tratam.
Ter avós é ter a sorte de conhecer um mundo diferente mas gratificante, de ouvir histórias, de aprender cantigas, ditados, orações, lengalengas. Ter avós é ter a sua primeira enciclopédia pessoal, é sentir o coração encher-se de ternura com os mimos que deles se recebe, nem que seja a oferta de um simples chocolate, uma peça de fruta ou um carregamento do telemóvel. Cuidemos dos nossos avós, de todos os avós, cumprindo as medidas impostas ou aconselhadas pelos nossos governantes, evitando ser contagiados ou contagiar alguém. Por nós, por todos. Porque todos importam. E não, não são só os velhos que morrem nem vai ficar tudo bem, mas esperamos que fique o melhor possível.
Grupo Desportivo Castelense
No dia 07 de abril, as instalações do Grupo Desportivo Castelense, no Campo Beira Mar, foram assaltadas e vandalizadas. Neste assalto foram roubadas as máquinas de lavar e secar roupa e outros materiais, tendo ainda sido feitos estragos consideráveis nas instalações. Neste período tão conturbado da nossa sociedade, em que a Direção do clube tudo faz para manter esta nobre instituição num seguimento evolutivo, aparecem indivíduos sem caráter ou valores morais que provocam deliberadamente danos no património que a tantos tem custado angariar e conservar. A GNR de Viana do Castelo tomou nota da ocorrência, e o Grupo Desportivo Castelense apela, na sua página de Facebook, a quem tenha alguma informação sobre este caso que a faça chegar ao conhecimento das autoridades.
Grupo Etnográfico
A Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, obrigou o Grupo Etnográfico de Castelo do Neiva, assim como a muitos de nós, a fazer uma pausa por tempo indeterminado no plano de atividades, contudo o grupo não fez pausa nos seus valores associativos. Dessa forma, no dia 02 de abril disponibilizou parte das suas camas ao Centro Paroquial de Promoção Social e Cultural de Darque, tendo montado as restantes no Centro Social e Paroquial de Castelo do Neiva a pedido da Câmara Municipal de Viana do Castelo, formando, se tal vier a ser necessário, uma sala de recobro para infetados pelo novo coronavírus.
Falecimentos do mês de março
Durante o mês de março faleceram os seguintes conterrâneos: no dia 03, Maria dos Santos Vicente Carneiro, de 89 anos; no dia 06, Maria do Carmo Neto Lima, de 67 anos; no dia 14 foi o funeral de José Domingos Dias Alves, de 52 anos, falecido em França uns dias antes; no dia 27, Maria Olívia Couto, de 92 anos, residente no Porto mas que veio a sepultar no cemitério de Castelo do Neiva; e no dia 29, Manuel Vicente Marques, de 86 anos. Às famílias enlutadas dirigimos profundos sentimentos de pesar.