O vereador do Desporto da autarquia vianense mostra-se satisfeito pela conquista da distinçaõ da melhor Cidade Europeia do Desporto. Ricardo Rego elogia os clubes, equipas camararias e os vianenses que contribuíram para a conquista do objetivo. Um dos pontos negativos será a não inauguração da Praça Viana para acolher algum evento. No entanto, a Escola Desportiva de Viana já utiliza aquela infraestrutura para a área da patinagem artística. A abertura oficial deverá ocorrer no início de 2024.
Com um investimento superior a oito milhões de euros, a Cidade Europeia do Desporto trouxe `a Princesa do Lima centenas de atletas.
Viana foi considerada a melhor Cidade Europeia do Desporto de 2023. O que isto significa?
O facto de sermos considerados a melhor Cidade Europeia do Desporto resulta do cumprimento de um conjunto de requisitos. Para nós é extremamente gratificante até pelo facto de nos últimos dois anos, Portugal ter tido duas candidaturas portuguesas vencedoras. Leiria [no ano passado] tinha nove cidades, nós fomos a jogo com 16. Esta distinção foi o culminar de um trabalho feito ao longo dos últimos anos.
Sempre foi este o objetivo?
O sr. presidente, desde o início, disse que queria que fossemos a melhor Cidade Europeia. O facto de queremos ser, impeliu-nos para o desenvolvimento de uma forma motivada e empenhada. Esta dintinção foi um prémio para as equipas que tiveram a trabalhar, para os clubes que trabalharam e para todos os atletas e os vianenses que verificaram que a nível europeu fomos a melhor Cidade Europeia do Desporto.
O que ficará deste ano?
Ficará muita coisa (risos). Vamos fazer esse estudo em janeiro. Não vou falar do impacto económico, porque isso já tem sido falado. Mas o que temos verificado, é que vai ficar um maior número de praticantes, um maior número de modalidades, um maior número de atletas inscritos. Temos de perceber que a Cidade Europeia do Desporto não é apenas um ano, visa continuar. É toda a dinâmica que foi criada. Não como foi este ano, mas a dinâmica tem de continuar naquilo que é a promoção de hábitos de vida saudável e do desporto. Sempre disse que a Ciddae Europeia do Desporto tinha de ser uma mola impulsionadora para reforçar o desporto em Viana. Vamos começar a trabalhar naquilo que pode ser uma estratégia desportiva para cinco/dez anos. No próximo ano faremos um reforço no apoio à requalificação das infraestruturas.
Muitos dos eventos vão continuar? Alguns já eram realizados.
Exatamente, muitos dos eventos já ocorriam. Quando apresentamos a candidatura, há uma série de requisitos que são fundamentais, nomeadamente o número de eventos regionais, o número de eventos nacionais e o número de eventos internacionais.
Ou seja, tinham de cumprir metas nesse âmbito?
Sim. Por isso é que alguns eventos foram internacionais. Dos 191 eventos de atividade popular, não federativa, 166 foram de índole local, ou seja, foram as nossas associações que dinamizaram. As juntas de freguesia, os clubes locais…
Houve eventos em quase todas as freguesias?
Quase todas as freguesias receberam eventos. Se não foram propiciadas por clubes locais, foram pelas juntas.Penso que isto foi algo que as pessoas não se aperceberam, porque os eventos locais são específicos para aquela freguesia. Eu posso dizer que tivemos eventos em todas as freguesias. Dos 388 eventos, 191 foram de cariz popular. Quando dizemos popular falamos de amador…
E abertos a toda a população.
Sim. Nos federativos, tivemos 53 de dinâmica local. Estes de dinâmica local, provavelmente vão ficar durante os próximos anos.
Qual foi o investimento total da autarquia?
Nós investimos de mais de oito milhões de euros (8.568,485 euros). Destes oito milhões, não podemos esquecer que quatro milhões são da requalificação da Praça Viana [antiga Praça de Touros]. Só para infraestruturas tivemos os 4,3 milhões de euros na Praça Viana. Nas freguesias, tivemos também um investimento de 600 mil euros em requalificações. Em termos de eventos desportivos, tivemos cerca de um milhão e setecentos mil euros.
Viana já tinha dezenas de modalidades, mas a Cidade Europeia do Desporto contribuiu para que surgissem outras? Quais?
Surgiram algumas modalidades e reforçamos as existentes. Tivemos uma modalidade que foi a orientação, o baseball, o automobilismo. Uma variante do bilhar. Houve um reativar de algumas modalidades. Enfoque no Stand Up Paddle inclusivo na APPACDM. Takeball, Boccia e o Goalball, que foi introduzido pela Íris Inclusiva.
O aumento das equipas femininas foi em que modalidades?
Tivemos no basquetebol, no futebol e futsal.
A Praça Viana já não será inaugurada a tempo de acolher algum dos eventos da Cidade Europeia do Desporto.
Já está a funcionar. Provisoriamente, já conseguimos relocalizar para lá a patinagem. Tivemos constrangimentos de obra, mas eu prefiro que a obra termine e que seja inaugurada. Penso que no início do próximo ano isso deverá acontecer.
Este é um dos pontos negativos?
Podia dizer que se a tivessemos ajudaria na quantidade de eventos que tivemos. Em termos de candidatura, a Cidade Europeia foi avaliada pelo investimento que fizemos na infraestrutura. Ou seja, eles perceberam que vamos ter mais um equipamento municipal e que isso decorre da Cidade Europeia do Desporto. Não deu para inaugurar como pretendíamos, mas já temos um novo equipamento para o próximo ano.
Já tem data para a inauguração?
Ainda não temos data. Houve um problema por causa da fachada exterior. O presidente disse que no início do próximo ano estaria pronto a inaugurar.
No interior já está tudo concluído?
Sim, no interior já está tudo concluído. Falta apenas o apetrechamento do material, que estamos gradualmente a propiciar.
Muitos vianenses criticaram os gastos e os constrangimentos das diversas atividades desportivas. O que pode responder a estes?
Os constrangimentos são naturais e decorrem da realização. Nós procuramos acautelar, mas no balanço dos pros e contras, o saldo é positivo. O retorno para o tecido económico mostrou que valia a pena esse impacto na população. Nós já gastávamos um milhão de euros em eventos. Nós rentabilizamos os eventos da dinâmica da população. Os primeiros meses mostraram, com dados das transações eletrónicas, que tivemos um aumento comparativamente a 2022, na restauração aumentamos seis milhões de euros. No comércio tradicional, aumentos um milhão de euros. E na hotelaria, 1,6 milhões de euros nos primeiros seis meses. Acho que os eventos trouxeram retorno económico. Trouxeram gente ao concelho. Conseguimos ter eventos que nunca conseguiríamos de outra forma. A população tem de perceber que isto cria dinâmica. Quase todas as nossas corridas amadoras tinham quase sempre 400 a 500 pessoas. E eram locais. Não eram pessoas que vinham de foram. A Super Taça Ibérica de andebol foi um evento que não estava escalado, mas, tendo em conta o que iríamos gastar, permitiu dinamizar o andebol local. Não é positivo trazer, pela primeira vez, a seleção nacional de basquetebol a Viana? Acho que é muito positivo. Do investimento que fizemos, 30 a 40% ficou na própria cidade. À exceção de dois a três eventos que foram propiciados para o exterior o resto foi para os locais.
Consegue ter dados a mostrar que os vianenses aderiram aos eventos. E que houve incremento dos hábitos desportivos na população?
Não tenho qualquer dívida. Só para termos uma ideia, temos estimado atingir 250 mil participantes em todos os nossos eventos. Até setembro tivemos a participação de 203 mil 977 pessoas.
E desses, a maioria é vianense?
A grande maioria dos eventos foram locais. À exceção dos grandes eventos de fora, que também trouxeram, tivemos, por exemplo, a Corrida do Porto de Mar, que correu muito bem e a maioria eram participantes locais. Há eventos que claramente potenciamos para trazer gente de fora. Quer o retorno, quer o impacto é extremamente positivo.
Há dias adicionaram uma adenda ao protocolo com a Ordem dos Psicólogos. O vereador falou de uma possível majoração para as associações desportivas que tenham apoio psicológico. Pode concretizar um pouco melhor esta situação?
Em sede do Conselho Municipal do Desporto foi lançado o desafio de apresentarmos uma mudança no regulamento de apoio ao associativismo que data de 2003 e é isso que faremos no final do ano. Iremos estipular critérios de avaliação para os apoios ao tecido associativo, majorando determinadas áreas. Ou seja, vamos majorar aqueles clubes que já tem um corpo técnico especializado para ajudar os atletas. Iremos, por exemplo, majorar as equipas femininas. Tivemos um aumento de equipas femininas. O objetivo é os clubes terem um apoio e perceberem se apostarem na sua capacitação terão um apoio e vamos aprimorar a qualidade de serviço das equipas.