Esta grande manifestação de fé que o povo de Alvarães devota ao Santíssimo Sacramento no 3.º domingo da Quaresma já não é o que era, diz o povo, e então este ano, por causa da Covid-19 não vai ser possível qualquer atividade festiva.
Escreveu um antigo pároco de Alvarães que esta era a “mais sincera, entusiasta e solene festa da freguesia – muito fogo, os caminhos e estradas adornados com arcos e flores e o chão tapetado a verdes, a serrim e a coloridas flores que vinham dos nossos campos. O entusiasmo é indescritível, uma verdadeira e admirável apoteose a Jesus Sacramentado”.
No 3.º Domingo da Quaresma, este ano a 07 de março, o Santíssimo Sacramento deveria ser levado aos doentes acamados, em Procissão, em festa, com muito povo a acompanhar e com as ruas da vila de Alvarães adornadas e tapetadas de verdes e de flores.
É antiga esta tradição que a população de Alvarães conserva e que todos os anos procura renovar até porque há sempre idosos incapacitados de sair de casa que aguardam por receber a Sagrada Comunhão. Serve este ato de fervor religioso de desobriga quaresmal. O pároco, uns dias antes, ouve em ato de Confissão aqueles que no Domingo do “Senhor aos Enfermos”, – como aqui se diz -, querem receber o Sagrado Viático.
Pelas ruas da vila vai a Procissão em passo acelerado porque o percurso é de alguns quilómetros e o povo que vai aumentando à medida que esta festa religiosa vai passando pelos lugares, canta em oração, em louvor ao Jesus Sacramentado. Ao encontro dos “doentinhos” acamados, o Sacerdote ou quem fizer esse trabalho (ultimamente esta tarefa é desempenhada pelas Irmãs Missionárias do Espírito Santo) leva uma palavra de esperança, a bênção celestial, a graça divina. Por todo o percurso há um hino permanente de oração e de ação de graças.
Talvez que para o próximo ano esta festividade seja vivenciada de um modo mais real e autêntico.