A fachada da igreja de S. Domingos, classificada como monumento nacional, vai ser alvo de uma intervenção de conservação e restauro, no âmbito do programa “Valorizar o Património”.
Esta intervenção, segundo o autarca José Maria Costa, assinala também o arranque de uma segunda fase do programa municipal que visa, sobretudo, “qualificar” espaços de valor arquitetónico, histórico e artístico relevante para o território, dinamizar o potencial cultural destes espaços enquanto locais privilegiados de fruição cultural e promover e valorizar os espaços referidos enquanto locais de visitação e atratividade turística.
O projeto de obra a desenvolver envolve grande complexidade devido aos danos a tratar, como se pode constatar pelo mau estado de conservação do granito da fachada, nomeadamente na parte inferior, onde é visível o forte decaimento. São detetadas, macroscopicamente, extensas áreas de intervenções anteriores, denotando a necessidade ao longo dos tempos de sucessivas tentativas de atenuar a deterioração do granito.
Com um orçamento de 150 mil euros e um prazo de execução de oito meses, a obra deverá começar em outubro, tendo sido apresentada no âmbito das comemorações das Jornadas Europeias do Património.
A igreja, elaborada segundo os planos e indicações de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, apresenta uma fachada retabular dividida em três registos.
A igreja de Santa Cruz de Viana, ou São Domingos, é um claro exemplar das exigências arquitetónicas contra-reformistas. Resultado direto das diretrizes do Concílio de Trento no que respeitava à edificação arquitetónica, o convento dominicano da foz do Lima vai aliar as soluções maneiristas de vincada verticalidade e ambiguidade de escalas à finalidade catequética que se pretendia dos templos pós-tridentinos.