Orbitur garante que parque de campismo de Viana do Castelo está aberto

A Orbitur garantiu, esta quarta-feira, que o parque de campismo de Viana do Castelo está aberto ao público e explicou ter recorrido à justiça porque a câmara não esclareceu as “irregularidades” do último concurso público para a concessão do espaço.

O esclarecimento da Orbitur surge na sequência de declarações do presidente da Câmara de Viana do Castelo aos jornalistas, na terça-feira, após a reunião camarária, admitindo que o parque de campismo poderá não abrir na próxima época balnear devido à ação movida pela Orbitur junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto.

“Abrir esta época balnear vai ser difícil, a não ser que a entidade desista [da ação] e tenha condições de retomar a atividade, executando as intervenções de melhoria qualitativa do espaço, que neste momento não tem”, afirmou Luís Nobre, segundo o qual o parque estava encerrado desde o final da última época balnear.

Em nota enviada à agência Lusa, a empresa que há 60 anos explora o parque de campismo situado no Cabedelo, na margem esquerda do rio Lima, garantiu que o espaço está aberto ao público desde 11 de março e até 09 de outubro.

“No corrente ano, de 2023, o parque encontra-se aberto ao público, desde 11 de março último e até 09 de outubro, observando-se, como é habitual, um período de encerramento durante a época baixa, sensivelmente entre meados de outubro e meados de março”, sublinha a empresa.

Em causa está o concurso público, concluído em agosto de 2022, para a concessão da exploração do parque de campismo situado no Cabedelo, em Darque, ao qual a Orbitur concorreu. O procedimento foi revogado pela autarquia, por unanimidade, no dia 21 de março.

Na altura, o presidente da câmara justificou a decisão com o facto da Orbitur ter impedido, “por duas vezes”, o acesso de funcionários municipais ao espaço para a realização de um levantamento topográfico”, já com o concurso a decorrer, “para permitir que outros potenciais interessados pudessem ter as mesmas condições e tornar as suas propostas mais competentes”.

Na sequência desta decisão, a Orbitur intentou no início de fevereiro um processo de contencioso pré-contratual junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto contra a Câmara de Viana do Castelo.

Na terça-feira, o autarca socialista disse que a autarquia sempre agiu com “bom senso” neste caso e que “quem tomou a iniciativa de recorrer aos tribunais” foi a Orbitur.

Já a Orbitur, no esclarecimento que enviou hoje à Lusa, sublinhou que o recurso aos tribunais resultou “da falta de resposta a várias diligências feitas junto dos serviços da Câmara de Viana do Castelo”.

“A Orbitur procurou por todos os meios ao seu alcance obter esclarecimentos diretamente com a câmara municipal, face a irregularidades ocorridas no âmbito do último concurso público para a exploração do Viana Camping, concurso esse a que a Orbitur se apresentou, cumprindo os termos do mesmo”, reforça a empresa.

A Orbitur alega que “foi perante a falta de resposta e face a várias diligências feitas junto dos serviços da Câmara de Viana e a inexistência de despacho de prorrogação do referido concurso público, que a Orbitur se viu obrigada a recorrer ao tribunal”.

“Não sem que antes, por mais do que uma vez, tenha solicitado reunir com o senhor presidente da câmara, sem que tivesse obtido resposta a esse pedido, sendo de salientar que, em 60 anos que conta na exploração do Parque de Campismo de Viana, a Orbitur nunca antes teve qualquer problema com a entidade proprietária, ou seja, com a Câmara Municipal de Viana do Castelo”.

A empresa acrescenta que no verão de 2022, contabilizou “mais de 33.000 dormidas turísticas, geradas pelos campistas e caravanistas que procuraram o parque de Viana do Castelo”.

“O Grupo Orbitur é líder do campismo e caravanismo em Portugal, com uma rede de 19 parques que cobrem o litoral desde o Minho ao Algarve, passando pelo interior Alentejano, gerindo também uma unidade hoteleira, apartamentos turísticos e alojamento local, com um total de mais de 1,1 milhão de dormidas em 2022”, acrescenta a nota.

Lusa

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