Com quase três horas duração, Viana do Castelo acaba de assistir ao Cortejo Histórico-Etnográfico da Romaria da Senhora d’Agonia, depois de dois anos de ausência devido à pandemia. Foram uma centena de quadros, perto de duas dezenas de carros alegóricos e à volta de 3 mil figurantes. presenciados por cerca de 170 mil pessoas, segundo números já disponibilizados pela organização.
A componente histórica dominou o desfile, com o Caminho da Costa em destaque no ano em que ocorre a certificação do Caminho de Santiago Português – Caminho da Costa. Ainda pelo facto de, neste ano, o Papa Francisco ter estendido, por prorrogação, o Ano Jacobeu de 2021
Outro aspeto enfatizado foi o assinalar dos 250 anos da introdução da Feira Franca às celebrações religiosas em Honra de Nossa Senhora d’Agonia.
Depois, no registo habitual, aconteceram Gigantones e Cabeçudos, os Zés P’reiras, além de alusão aos transportes na romaria, nomeadamente com o desfile de dois autocarros da Fundação Santoinho (Avic), da ligação Arcos – Viana também por autocarro e que servia para a deslocação de muitos romeiros. Referência ainda para a alusão à chegada do Comboio à Viana que, em 1878, o jornal A Aurora do Lima noticiava terem vindo às Festas, utilizando este meio de transporte, cerca de 2 mil pessoas.
Apesar da multidão de gente, ficou-nos a sensação de que a deslocação da tribuna para o fundo da Avenida – com as autoridades locais e regionais, elementos das várias instituições da cidade, incluindo o Bispo da Diocese, o secretário de Estado do Mar, o ex-edil vianense José Maria Costa, e a secretária de estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira -, não terá sido a melhor opção. Mas a opinião está longe de ser unânime, pelo que nos apercebemos. O cançonetista Marco Paulo também marcou presença, embora junto dos populares.
“Não podia ter sido melhor o balanço [das Festas]”, garantiu Luís Nobre, presidente da Câmara de Viana do Castelo, acrescentando que o evento atraiu à volta de 1. 250 mil pessoas. Além de vianenses e portugueses das várias partes do país, também veio gente da Espanha, Bélgica, Islândia e Estados Unidos, entre outros países. Deu conta, ainda, de que a avaliação do impacto da Romaria d’Agonia, com inquéritos presenciais e digitais, ainda está a decorrer, nomeadamente o trabalho com os parceiros técnicos.
Ps – Este ano, as condições para a comunicação social estiveram longe de ser as melhores. Sobretudo para uma parte da mesma!