“Proibido por Inconveniente”, a exposição realizada em conjunto pelo arquivo EPHEMERA e a Câmara Municipal de Lisboa, entre 07 e 27 de abril do corrente ano, em Lisboa, no espaço da antiga sede do Diário de Notícias, poderá ser vista em Viana do Castelo, de 5 a 30 de Outubro, no espaço dos Antigos Paços do Concelho, r/c, à Praça da República, diariamente, das 10 às 17 horas.
A inauguração ocorrerá a 05 de outubro, pelas 18 horas, com a presença de José Pacheco Pereira.
Uma vez mais, o arquivo EPHEMERA de José Pacheco Pereira, pela mão do seu núcleo de Viana do Castelo, com o apoio da Câmara Municipal, proporcionará o contacto com um conjunto de materiais raros que documentam um período e um assunto muito importante da nossa História, partindo dos materiais das censuras materiais do EPHEMERA, e de outros cedidos por particulares vianenses, familiares de opositores ao Estado Novo.
Porque falamos de Censura, observa Pacheco Pereira no texto de abertura do catálogo, um dos seus feitos foi o de ter deixado uma nostalgia perversa do Portugal da Ditadura, onde era feito crer que todos se entendiam, havia “consensos”, não havia corrupção e todos trabalhavam para o “bem comum”.
Nesse sentido, a Censura foi, talvez, a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje estão submersos no nosso quotidiano. O que a Censura protegia era o Poder, todas as hierarquias que dele emanam, exigindo mais do que respeito, “respeitinho”. “Proibido por inconveniente”, nas palavras de Pacheco Pereira, tem uma intenção a que podemos chamar pedagógica, mostrando a Liberdade pela sua negação.
Nos dias 08 e 22 de outubro, às 11 horas, serão organizadas visitas guiadas por voluntários do EPHEMERA para o público em geral, mediante inscrição prévia, para grupos de 25 pessoas.
As Escolas poderão agendar visitas guiadas, para todos os ciclos, em datas a marcar, com a duração de cerca de uma hora, limitadas a uma turma por sessão.
Aquando da inauguração da exposição, os filhos de Ribeiro da Silva, advogado oposicionista vianense, farão entrega ao Arquivo Municipal, na pessoa do presidente da Câmara, de parte do seu espólio documental, constituído por cartas, folhetos políticos, textos políticos, apontamentos de reuniões partidárias e de associações cooperativas, processos judiciais de opositores, assim como textos publicados pela sua mulher, assinados como Rosa Gomes de Castro, em diferentes periódicos.
A curadoria da exposição é de Carlos Simões e de Júlia Leitão de Barros, com o apoio na montagem de Carlos Vieira.
J.E.