Paulo Pacheco leva o andor da Senhora d’Agonia ao mar

Este ano é o barco Oceano Atlântico que vai levar o andor da Senhora d’Agonia na Procissão ao Mar. Paulo Pacheco, 47 anos, é o patrono e mostra-se orgulhoso por cumprir uma tradição de família. 

Aos 15 anos já andava na faina com o pai e o tio e quando teve de escolher um rumo não encontrava outra opção que não fosse enveredar pela pesca. “Na altura, com 15 anos, decidi abraçar esta profissão. Depois deixei-me guiar pelos ventos. Gosto de fazer outras coisas, mas a pesca éa  minha profissão”, assegura o vianense, natural da freguesia de Darque, mas que faz questão de participar ativamente na festa da Senhora d’Agonia. 

Paulo Pacheco discorda da ideia de que a festa pertence aos naturais da Ribeira. Para este pescador a festa é de todos os devotos da Senhora d’Agonia, até porque, segundo aquele, a maioria dos profissionais da pesca a laborar em Viana já não moram na Ribeira, nem são naturais desta zona da cidade. Muitos são oriundos de Darque e Castelo do Neiva.

A escolha das embarcações é rotativo e passa por cinco barcos, uma vez que é esse o número de andores a transportar. “Todos os anos levamos um até chegar a Senhora d’Agonia. Para mim não há diferença em levar o São Pedro ou a Senhora d’Agonia”, dizia Paulo Pacheco. Acrescentando que “quem tem fé gosta de participar”.

Apesar de já não se lembarr de nenhuma situação de risco, o pescador reconhece os perigos da profissão, embora defenda que agora a tecnologia está ao serviço da faina. “Já tive de recorrer à Senhora d’Agonia. Hoje em dia nem tanto, porque a tecnologia também está aplicada na pesca. As nossas barras estão mais seguras. Não corremos tantos riscos. Não vale a pena correr riscos”.

Se no passado seguir as pisadas dos pais era inevitável, hoje em dia as novas gerações não querem seguir a pesca. 

Na opinião de Paulo Pacheco o futuro é incerto e serão os estrangeiros a seguir esta profissão. “Toda a gente foge da pesca e cada vez temos menos pescadores. Há 40 anos atrás as docas estavam cheias de barcos e agora podemos contar pelos dedos”, refere.  

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