O PCP pediu hoje o “empenho” da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho para resolver os “problemas” causados aos passageiros da região com a retirada da paragem de autocarros junto ao hospital de São João, no Porto.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP, explicou que “as carreiras que até agora tinham paragem estratégica na Circunvalação [no Porto], deixaram de o fazer, obrigando os seus utilizadores a saírem em Campanhã, tendo que posteriormente de procurar alternativas, como o metro, arcando com mais custos, para regressarem à zona do [hospital] São João, para receberem cuidados de saúde”.
Em causa está a mudança, no início do mês, do serviço dos terminais rodoviários na cidade do Porto para a Campanhã, Camélias e da Asprela.
“Muitas destas pessoas necessitam de cuidados médicos de especialidades como radioterapia e outros cuidados inadiáveis, no hospital de São João e no Instituto Português de Oncologia (IPO)”, sublinha a DORVIC, adiantando que o “problema” afeta também “a acessibilidade dos jovens estudantes nos polos universitários daquela zona que se veem impossibilitados de saírem neste local”.
Já na terça-feira, a vereadora da CDU na Câmara de Viana do Castelo, Cláudia Marinho, pediu ao presidente da câmara “para interceder junto da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho na tentativa de encontrar soluções para este problema que está a ser vivido por diversos munícipes do concelho e, provavelmente do distrito”, tendo o autarca socialista, Luís Nobre, garantido que iria colocar a questão à aquela entidade que agrega os 10 concelhos do Alto Minho.
Contactada pela Lusa, a vereadora Cláudia Marinho disse que esta “situação não é um problema vivido apenas no Alto Minho, mas em outras zonas do Norte do país que está a ser resolvido/estruturado por outras comunidades intermunicipais”.
“No Alto Minho deve ser tratada com igual preocupação e celeridade, pois estão em causa os cuidados de saúde à população do Alto Minho que se vê obrigada a recorrer à cidade do Porto para lhes serem prestados cuidados médicos que a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) não possui respostas” referiu.
“O empenho da CIM do Alto Minho é obrigatório”, sustentou.
Contactado pela Lusa, o presidente da CIM do Alto Minho, Manoel Batista, disse “não ter uma leitura muito objetiva da situação”, mas garantiu que irá inteirar-se sobre o assunto.
“Verei com as equipas técnica com a área dos transportes e a jurídica se é possível alguma intervenção da CIM do Alto Minho. Mais não posso adiantar. Seria incúria da minha parte dizer que vamos resolver o problema desta ou daquela maneira, até porque deve ser uma situação relativamente nova. Se a intervenção for possível, ela acontecerá”, sublinhou o socialista que também presidente à Câmara de Melgaço.
De acordo com o portal oficial da Câmara Municipal do Porto, a par da renovação nas Camélias, na Asprela estão em causa terminais tanto no Hospital São João como no Polo Universitário, encerrando-se também o terminal Régulo Magauanha, junto às instalações do INEM, perto da Trindade.
Quanto ao terminal das Camélias, junto à Praça da Batalha, a renovação “passou pela criação de uma zona de embarque/desembarque, com cinco cais, e uma zona de apoio para estacionamento de longa duração dos veículos afetos ao transporte público de passageiros”.
No polo intermodal da Asprela, composto pelos terminais do São João e do Polo Universitário, “coexistirão os serviços de Metro, STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto], AMP [Área Metropolitana do Porto], CIM [Comunidade Intermunicipal] do Tâmega e Sousa, CIM do Ave e ainda alguns serviços expressos”, segundo a autarquia.
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