PCP questiona sobre futuro de empresa do Alto Minho

Os deputados Bruno Dias e Manuel Loff e a eurodeputada Sandra Pereira (PCP) questionaram o Governo e a Comissão Europeia sobre a continuidade da ZF Group no Alto Minho, onde emprega 2000 trabalhadores, foi hoje divulgado.

Em comunicado enviado às redações, o PCP explicou que as perguntas dirigidas à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ao ministro da Economia e do Mar, e à Comissão Europeia, resultam de “notícias sobre a intenção da ZF Group vender as suas fábricas na Península Ibérica,”.

“Os deputados do PCP na Assembleia da República e no Parlamento Europeu manifestam preocupação com o futuro dos postos de trabalho e com a defesa do interesse nacional no processo”, refere a nota.

No distrito de Viana do Castelo, a multinacional de produção de componentes automóveis emprega cerca de 2000, nos concelhos de Vila Nova de Cerveira e Ponte de Lima, “e gozou de avultadíssimos apoios públicos ao longo dos anos, que permitiu o desenvolvimento e alargamento da atividade com relevante incorporação tecnológica”.

Nos requerimentos remetidos, na quarta-feira, à Assembleia da República, os dois deputados do PCP referem que “com base nos dados disponibilizados pela empresa, a sua primeira unidade em Portugal foi aberta em Vila Nova de Cerveira, em 1992, com a atividade de produção de volantes de direção, onde se integram mais tarde as fábricas de Porriño, Espanha (produção de armaduras em magnésio) e Tunes, Tunísia (forrado de volantes de direção)”.

Em 2000, acrescenta o PCP, o grupo “instala em Portugal uma nova unidade fabril, em Ponte de Lima, para produção de sacos ‘airbag’ e, em 2004, uma segunda unidade fabril em Ponte de Lima para a montagem de módulos ‘airbag’”.

“Atualmente a empresa é dos principais empregadores da região do Alto Minho, empregando quase dois mil trabalhadores, numa região onde a escassez de oferta de emprego contribui significativamente para o processo de despovoamento em curso ao longo das últimas décadas. Sem que nada o fizesse prever, os trabalhadores e a região foram recentemente confrontados com notícias sobre uma alegada intenção da multinacional de venda das unidades em Portugal”, referem nas perguntas enviadas ao Governo.

Os deputados do PCP querem saber se “o Governo conhece esta situação e se a está a acompanhar, que apoios públicos recebeu a empresa desde que se instalou em Portugal e a que compromissos está obrigada na sequência desses apoios, bem como as medidas que tomou ou pensa tomar para a salvaguarda do interesse nacional”.

Já, na segunda-feira, a eurodeputada comunista Sandra pereira, questionou a Comissão Europeia no sentido se ser esclarecida, por escrito, se o ZF Group recebeu ou está a receber algum tipo de fundo europeu, se, nas outras unidades fabris europeias, a situação é semelhante e que tipo de apoios podem ser mobilizados tendo em conta a importância da manutenção dos postos de trabalho”.

“A multinacional ZF Group é um dos maiores fabricantes de material para a indústria automóvel do mundo. Segundo elementos que divulga na sua página da internet, tem cerca de 165.000 funcionários em todo o mundo… [e] registou vendas de € 43,8 bilhões no ano fiscal de 2022. A empresa opera 168 locais de produção em 32 países”, sublinha o PCP.

Lusa

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