A nossa Freguesia era visitada regularmente pelo “Fidalgo de Cabanas” nome que lhe davam, quando se deslocava à nossa terra.
A sua grande paixão para além da poesia, era o folclore da Serra d’Arga e do Alto Minho. Assim sempre que aqui vinha, haveria que satisfazer os seus desejos, tais como dançar a “Gota” e o “Vira” da Serra d’Arga, que ele muito bem tinha aprendido e se deliciava dançando com os rapazes e raparigas da época.
Segundo Manuel Rolo (já falecido) nos contou: “Ele selecionou um grupo da Montaria para levar a uma representação à RTP – Porto. Eu fui um dos contemplados e tive o prazer de almoçar com ele, tendo-me dito que não era qualquer um que se sentava à mesa com ele a almoçar”, referiu com orgulho.
Porém, aqui foi criando o seu círculo de amigos, e alguns a quem lhe dedicou uma das suas muitas quadras alegóricas à Serra d’Arga e às suas gentes, tal como: “Deolinda, Marcos Rocha – Chico Bouça de Espantar, anda minha caderneta, que tem muito pr’a contar”.
Assim, a Montaria, terra de gente simples, acolhedora e de labuta no campo de onde provinha a sua sustentabilidade, sabia e ainda mantém a tradição, de bem receber e acolher quem por bem nos visita. O folclore é uma tradição muito remota, onde personalidades e dirigentes de outros grupos, aqui vieram buscar danças e cantares, tais como de Santa Marta de Portuzelo, entre outros.
Atualmente a freguesia detém um grupo folclórico e etnográfico efetivo desde 1993, que vai mantendo e lembrando as danças e cantares dos nossos antepassados, sem alterações ao originalmente concebido. Sobrevive, graças ao esforço e sacrifício comum, desde a direção até ao elemento mais jovem. Tem angariado alguns apoios financeiros junto das autarquias locais, diversas entidades e personalidades para que possa prevalecer, prestigiando e divulgando o nome da nossa terra e o folclore.
Pedro Homem de Melo ainda é hoje lembrado pelos montarienses, sobretudo pela geração mais antiga, com muita estima e consideração.