Pescador esteve em todas as procissões ao mar

aliza-se pela 50ª vez e Edmar Lomba é, aos 75 anos, um dos poucos pescadores que participou em todas as edições. Realizada sempre na tarde de 20 de agosto, feriado municipal, merece, este ano, uma exposição a ela dedicada. Está patente num armazém na Rua dos Mareantes, junto à doca dos pescadores.

Nascido e criado na Ribeira de Viana, Edmar Lomba conta com 75 anos de idade e uma vida inteira dedicada ao mar, tendo estado presente na primeira Procissão ao mar e, desde então, não faltou a nenhum ano deste emblemático quadro da rainha das romarias.
O antigo pescador dedicou 58 anos à pesca, 14 dos quais à faina do bacalhau, tendo até sido socorrido por 11 dias no navio-hospital Gil Eannes, atualmente atracado na antiga doca comercial de Viana do Castelo. Desde que era jovem que participa em todas as procissões ao mar e ao rio.

Refere que na primeira Procissão ao mar participaram cerca de 70 barcos, todos de Viana do Castelo, já que a Ribeira era uma comunidade essencialmente piscatória. Este ano, volta a ir na Procissão ao mar, na tarde de 20 de agosto, no barco “Tiago e Catarina”, pertença do mais velho dos seus quatro filhos, o único que lhe seguiu as pisadas.

O antigo pescador reconhece que, sempre que participa neste quadro da rainha das romarias, o coração “se sente fraco”, tomado pela emoção e pela fé. “Sinto-me emocionado, tal como me aconteceu quando fui a Fátima pela primeira vez. É a nossa padroeira, dói-nos”.

“Sempre que nos acontecia alguma coisa no mar, lembrávamo-nos da nossa padroeira, da Senhora da Agonia”, reconhece. Para o pescador, a Procissão ao Mar é “o número mais bonito das festas”, vaticina, acrescentando que, nos dias de hoje, a procissão é mais rica, com mais e maiores barcos, e com milhares de pessoas a assistir, entre vianenses e turistas.

Já naquela altura os barcos enchiam-se de gente, o que era até perigoso, face ao elevado número de pessoas. Também o fogo de artifício era em grande quantidade, com as canas do fogo a caírem no mar e, por vezes, até nas embarcações que participavam na procissão.
“Hoje em dia, é melhor em tudo. Antigamente, nos primeiros anos, a Senhora da Agonia não ia ao centro da cidade. Hoje em dia, vai pelo rio até à Ponte Eiffel, ao centro da cidade, onde está o povo. É uma loucura”, conclui.

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