Pescadores contra “tratamento desigual”

O presidente da Câmara Municipal de Caminha recebeu esta terça-feira cerca de meia centena de pescadores de Caminha, Vila Praia de Âncora e Castelo do Neiva que se mostram indignados com o “tratamento desigual” dado pelos responsáveis do empreendimento eólico Windfloat Atlantic (WFA) às embarcações que pescam no local agora ocupado pela obras de construção do parque eólico.

O novo parque eólico cria uma zona de interdição de pesca ao longo do cabo submarino que liga a plataforma à costa (meio quilómetro para cada lado do cabo) numa extensão de cerca de 17 quilómetros. O facto, referem, impede as embarcações de exercerem a sua atividade e aumenta a procura nas zonas envolventes.

Os pescadores de 49 embarcações locais de Caminha, Vila Praia de Âncora e Castelo do Neiva estão indignados, pois sentem-se esquecidos nas negociações que os responsáveis pelo consórcio, sob mediação do Governo, fizeram com outras embarcações.

Os pescadores uniram-se e vieram pedir apoio ao autarca de Caminha, Miguel Alves, no sentido de fazerem ouvir a sua voz junto do consórcio e do Governo. Neste momento, sem soluções, os pescadores admitem várias formas de protesto e uma delas passa por marcar presença no comício do PS em Viana do Castelo, amanhã, dia 27, no Largo da Estação, com a presença de António Costa. A colocação de uma providência cautelar e o boicote às próximas eleições legislativas são outras das ações em ponderação pela classe piscatória.

O edil de Caminha ouviu as reivindicações dos pescadores ao lado do Comandante da Capitania de Caminha e prometeu colocar a questão ao Governo de modo a que se possa encontrar uma solução justa, rápida e eficaz para esta situação.

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