Foi estar tarde consignada em Deocriste, numa tenda montada junto à margem do rio Lima, a nova ponte – num investimento de 23 milhões de euros – que ligará esta freguesia (EN 203), junto à DS Smith, e Nogueira (EN 202), próximo da A27. A obra, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), terá de estar pronta em junho de 2026.
A cerimónia, com a presença de autoridades locais, incluindo autarcas e representantes do mundo empresarial e das forças de segurança, ficou marcada pela assinatura do documento por parte de Fernando Frias, da empresa que vai construir a nova travessia (ACA – Alberto Couto Alves Engenharia & Construção), e Luís Nobre, o chefe da edilidade vianense que enfatizou esta ser, até agora, a obra mais complexa que esta autarquia leva a cabo.
Aludindo ao tempo de chuva e vento que se registava, Fernando Frias traçou um paralelismo com o dito de que “casamento molhado é casamento abençoado”, numa alusão à colaboração com a Câmara Municipal e a aposta na qualidade desta obra e no rigoroso cumprimento doa prazos “apertados” para a sua construção.
O estaleiro da obra já começou a ser montado junto ao caminho que liga a EN 203 ao rio Lima. Seguem-se as desmatações e as escavações e a “preparação daquilo que vai ser a peça mais importante deste projeto, uma viga maçaneta para construirmos o tabuleiro” e, em janeiro, a obra (que apenas implicará a demolição de um pequeno anexo em Deocriste) já será visível no terreno, adiantou Fernando Frias.
Já Luís Nobre, confrontado com as exigências do Tribunal de Consta, congratulou-se com o cumprimento em condições normais para qualquer empreitada, dando segurança a todos de que “obra vai acontecer sem nenhuma exceção, sem nenhum privilégio”, e “estarmos seguros para que a sua execução decorra com toda a normalidade”.
Quanto ao alargamento do prazo concedido pelo PRR até junho de 2026, observou que circunstâncias idênticas aconteceram com outras obras a nível nacional porque “a complexidade do licenciamento de uma estrutura desta natureza é significativa. Foi preciso percorrer todos esses processos, todas essas tramitações, obter as autorizações de todas as entidades. Somos dos primeiros do país, com uma intervenção desta natureza, a estarmos em condições de iniciar-se a obra sem nenhuma exceção”.
Nobre lembrou ainda que a nova travessia “vai criar melhoria de mobilidade e ligar parques empresariais, concorrendo e contribuindo para a melhoria significativa dos nossos indicadores ambientais, libertando fluxos e densidades de tráfego que existiam nas nossas estruturas viárias nacionais da rede primária municipal para ligar com uma estrutura principal, a A27, que vai agilizar toda a conetividade.”
Questionado sobre a sua recandidatura ao cargo em 2025, confirmou-a e se os vianenses o reelegerem inaugurará a obra com “toda a satisfação”. “Mas o que me importa é ter a certeza de que até ao último dia das suas funções deixarei o meu concelho melhor do que quando o recebi”, sublinhou que, já em dois trimestres consecutivos de 2024, Viana do Castelo é o concelho nortenho que mais cresceu a nível de exportações