O previsto abate de 20 plátanos, por via da construção de uma rotunda nos novos acessos ao porto de mar, foi esta segunda-feira embargado pelos moradores durante uma concentração convocada através das redes sociais e que chegou a juntar cerca de meia centena de pessoas, entre elas responsáveis políticos da CDU e do PSD, que discordam do mesmo. Entretanto, por solicitação dos representantes destes partidos, decorre amanhã, a partir das 15h, uma reunião extraordinária do executivo camarário para debater o assunto.
O embargo extrajudicial foi anunciado cerca das 09h pela associação de moradores do Cabedelo, que marcou presença no protesto. Cerca das 11h15, a PSP e uma representante da Câmara Municipal informaram a associação de moradores que o embargo ia ser cumprido, o que acabou por desmobilizar os populares que, desde cerca das 08h, se concentraram no local.
“Viveram-se momentos muito emocionantes quando se preparavam para cortar a primeira árvore, as pessoas começaram a gritar e abraçaram-se ás árvores principalmente à árvore que iria ser a primeira.Quando se ouviu que se ia respeitar o Embargo Extra Judicial, houve gritos de alegria e baterem-se palmas”, referiu uma fonte presente no local.
A associação de moradores ficou com cinco dias para formalizar o embargo extrajudicial no Tribunal de Viana do Castelo.
Entretanto, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, garantiu que o município vai avançar com o pedido de levantamento do embargo da obra. Já o presidente da Junta de Freguesia de Darque, Augusto Silva considerou que “há várias soluções que podem ser contempladas para evitar um atentado”, apontando “a continuação da estrada até ao rio Lima, com uma inflexão à esquerda até à entrada do porto de mar, ou a construção de uma passagem aérea sobre a avenida, passando à altura da copa das árvores ou ainda a passagem da nova via pelo meio de uma urbanização situada nas proximidades, com entrada direta no porto de mar”.
Entretanto, foi lançada na Internet uma petição pública dirigida ao presidente da Câmara. No documento “Por uma alternativa ao abate de 20 plátanos na Avenida do Cabedelo – Darque – Viana do Castelo”, pede-se que se anule a decisão de abater as árvores, por considerarem que aqueles exemplares “ocupam um papel ambiental crucial, atendendo à sua eficácia no equilíbrio do ecossistema”.
Foto: Joca Fotógrafos