A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em coordenação com a Câmara Municipal de Caminha, deslocaram-se a Vila Praia de Âncora para reunir com pescadores na sede da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos daquela localidade. Em cima da mesa esteve a dragagem efetuada ao portinho que permitiu extrair cerca de cem mil metros cúbicos do seu interior que foram depositados no cordão da Duna dos Caldeirões, e debater os pressupostos e soluções do estudo de reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora há muito desejado pelos pescadores e pelo Município.
O presidente da Câmara Municipal de Caminha, Miguel Alves, referiu que “estamos a cumprir com a nossa palavra e estamos, sobretudo, a cumprir com o nosso dever. Desde que cheguei à Câmara de Caminha, sempre ouvi os pescadores profissionais e desportivos de Vila Praia de Âncora dizerem que o desenho do Portinho estava errado, que estavam pior com o novo Porto de Mar do que estava antes de ele ser construído e que nunca tinham sido ouvidos por parte das instituições, mesmo das autárquicas. Agora o estudo está a avançar como tinha sido prometido, e os pescadores estão a ser ouvidos e vão contribuir para a solução”.
A liderar a equipa que vai elaborar o estudo, está o professor Trigo Teixeira, do Instituto Superior Técnico, “dando garantia de competência e de isenção. O objetivo do trabalho dos especialistas é propor uma nova configuração para o porto de Vila Praia Âncora de forma a minimizar as condições de assoreamento, reduzir substancialmente as necessidades de dragagem de manutenção, e, sobretudo, melhorar as condições de segurança para as embarcações no acesso ao porto. Do estudo deverá resultar o desenho de um novo layout do porto, já com as correções necessárias, com vista a proceder-se à respetiva avaliação de impacte ambiental e depois à concretização das intervenções conjuntas DGRM/APA nos molhes de proteção”, salienta fonte autárquica.
A última dragagem efetuada teve um investimento de 1.722.000 euros, financiado pelo POSEUR. O contrato para dragagem do Portinho está já assinado e garante a manutenção da infraestrutura até 2023. Tendo em conta a observação feita no local, o volume de movimentação de areias previstas para este ano será revisto.