Praga de medalhas só ao alcance de ‘Serginho’

Se com incontida satisfação se escreveu, em edição anterior, acerca da chamada de Sérgio Maciel à equipa nacional de canoagem que haveria de competir na Taça do Mundo de Maratona, organizada na República Checa, é com indisfarçado gosto que se reporta o sumário das mais recentes conquistas do canoísta de Darque. De Praga, Serginho trouxe novo par de medalhas, assim como estatuto cimentado, não mais como Sub-23, mas agora enquanto Sénior. 

O passado sábado, dia 28, representou o primeiro dia de competição, assim como a primeira medalha para o darquense. Na prova curta de C1, o jovem do Viana Garças Clube percorreu os 3,4 Km previstos em menos de 17 minutos (16:56.0 m), relegando o checo Jakub Brezina para 2.º posto e o húngaro Marton Horvath para o mais baixo lugar do pódio. 

Ao segundo dia, as dificuldades aumentariam de forma óbvia, mas nem por isso Serginho dececionou. Na corrida longa, composta por 26,2 Km, o português arrebatou o segundo melhor tempo, acabando, porém, batido pelo magiar Horvath, o mesmo que na disputa anterior conseguira o 3.º posto. J. Brezina, que andara também pelo pódio, no sábado, logrou a 3.ª posição.  

Feitas as contas, realce-se que de todos os competidores lusos, nesta Taça do Mundo, Sérgio Maciel foi mesmo o mais bem-sucedido, já que obteve a única medalha de ouro da comitiva.  

A conversa final com João Pedro Ferreira: da deceção à aprendizagem 

Sabe-se e reconhece-se que muito pode mudar, ainda que num ápice. Para o bem ou para mal, em quaisquer que sejam as dimensões ou circunstâncias. É assim na vida, assim é no futebol. Quando em junho de 2021, a equipa sénior da AD Darquense atingiu o propósito de chegar à 1.ª Divisão Distrital, longe estaria de perspectivar que em pouco menos de 12 meses acabaria relegada para nova situação de desconforto. 

Confirmado o cenário de despromoção, virão, naturalmente, tempos de balanço e reflexão. Uma amostra de tais ideias acabará refletida nas linhas que se seguem. João Pedro Ferreira, técnico-adjunto do ADD, aceitou falar, uma vez mais, ao “A Aurora do Lima”. 

Pretendeu-se, através da entrevista, revisitar a dificuldade e o ‘caos’, sem esquecer o que de bom se fez. Falou-se de falta de consistência, mas também de evolução e de aprendizagem. 

João, se por um lado o ADD voltou a conviver com alguns dos maiores clubes do nosso distrito, certo é que a época que agora termina confirmou nova descida ao segundo escalão. Que sensações ficam? 

A primeira sensação é naturalmente de fracasso. Não conseguimos o objetivo da manutenção e a responsabilidade cai em primeiro lugar na equipa técnica. Contudo, na minha perspetiva há uma aprendizagem enorme numa época atípica em termos de abandono de atletas, seja por contexto profissional ou lesões graves, duas delas de pôr fim à carreira. Tivemos jogos muito competentes, mas no contexto geral foi insuficiente e as estatísticas comprovam isso de forma clara. 

Muitos foram os emblemas de relevo com que a equipa se cruzou, ao longo das fases competitivas. Recordemos alguns jogos, como os disputados frente a Monção, Courense, Neves, Lanheses ou Cerveira, e nunca ficou a ideia de existir uma diferença acentuada relativamente a tais conjuntos, apesar dos resultados menos positivos. Por outro lado, algumas das derrotas mais desniveladas surgiram perante adversários aparentemente mais acessíveis. Como se explicam estes dados? 

Eu separaria entre jogos em casa e fora. Falando desta fase final, conseguimos dois jogos de grande nível fora de portas: um em Lanheses e outro em Coura. Todos os outros de uma forma geral foram aquém das expectativas internas. Em casa, temos apenas derrotas com Neves, Barca e Campos mas temos empates que obrigatoriamente teriam que ser vitórias. O facto de descerem tantas equipas teve também um peso grande, pois as 10 equipas jogaram de sobressalto até ao fim para fugir dos 5 últimos. Não fomos consistentes e isso numa primeira divisão é mortal.  

N.R. – O que resta da entrevista será publicado na próxima edição.

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