Prémio Vida já foi atribuído e Mordomo da Cruz assumiu o lugar

José da Silva Araújo, respeitável nonagenário ex-emigrante em França, natural e residente em Santa Marta de Portuzelo, foi o contemplado com o Prémio Vida 2018. É uma atribuição da responsabilidade da Junta de Freguesia, criada em 2011, e que premeia personalidades ou instituições que a autarquia entenda merecedoras de tal distinção, pelo que contribuíram ou fizeram pela freguesia e suas gentes.

Por mais subjetiva que possa ser a decisão dos diferentes executivos da autarquia, há sempre dados objetivos que a justificam. E o ancião José Araújo tem-nos de sobra, de tal modo que vão além dos fundamentos apresentados na cerimónia da entrega, a 28 de julho, onde estiveram presentes muitos dos seus familiares e amigos, essencialmente da política e do desporto.

Na verdade, a presença das pessoas e entidades em grande número não surpreenderam, pois o Sr. José sempre aliou a uma vivência de vida multifacetada uma personalidade muito ‘sui generis’, de superação fácil de tudo quanto ao comum do cidadão possa parecer um intrincado problema. Na política, tal como disse José Maria Costa, presidente da câmara, era conhecido por “Miterrand”, pois nunca renegou a simpatia pela ideologia e luta políticas do presidente francês e, no pós-25 Abril de 1974, beneficiando da experiência dessa praxis política em França, para onde partira aos 29 anos, muito lutou pela implantação do Partido Socialista em Santa Marta e em Viana do Castelo. Apoiou causas e candidatos do partido nas diversas lutas eleitorais, recebendo mesmo em sua casa, o então candidato presidencial, Jorge Sampaio.

Sabia mais que muitos de nós juntos, aprendizes das lides democráticas cuja experiência já detinha e queria partilhar. Candidatou-se à Junta e Assembleia de Freguesia, da qual foi membro vários anos. Empenhou-se na Associação Cultural e Desportiva de Santa Marta e no Sport Clube Vianense, dos quais fez parte dos órgãos sociais. Atento a tudo quanto interessava à freguesia, já em 1970 logo se dispôs a apoiar os presidentes da Junta e da Casa do Povo de então (Abílio Costa e Janeiro), na reativação do Grupo Folclórico de Santa Marta.

Homem empreendedor por excelência, nunca dispensou a função social das empresas, preocupando-se sempre com aqueles que buscavam no trabalho o pão que faltava em casa, tendo sido determinante a sua ação na manutenção da única fábrica têxtil a laborar na freguesia. Mas, como disse o seu neto – Marco − sempre se mostrou um homem interessado no conhecimento e na informação, pelo que, se a isso juntarmos o seu dinamismo e a positiva teimosia de ir sempre algo mais além, encontraremos parte da justificação para o seu empreendedorismo. Às empresas de carpintaria, em França, onde acolheu muitos aventureiros em busca de pão e da dignidade de ser pessoa que a pátria negava, juntou aqui a têxtil já referida e uma empresa de construção civil, instrumento que o catapultou à alteração do traço urbanístico no centro da freguesia, referida pela neta Eugénia, pois além de ser exímio na interpretação das plantas e os mais diversos desenhos, sempre teve paixão em lidar com espaços e luz.

Eterno insatisfeito, tudo ultrapassava, sempre superando as dificuldades e as situações mais desagradáveis, com um simples: «está o caso arrumado… não se fala mais nisso!». Sim, desta forma peculiar, à “Zé da Mena”, como é conhecido. Este (H)omem, que se tivesse ido estudar teria dado ao país, quiçá, um grande arquiteto, soube sempre encarar as contrariedades, algumas bem amargas para o comum dos mortais.

Mas é também isso que o distingue, que distingue os grandes, mesmo que muitos teimem em não o reconhecer. Também por isso, o Prémio Vida está bem entregue. O A Aurora do Lima associa-se e congratula-se. Parabéns.

Novo Mordomo da Cruz

O dia 29 de julho é dia da padroeira, Santa Marta, e uma grande parte dos moradores faz questão de fazer feriado. Este ano, o calendário facilitou a vida, por ser domingo, mas tudo decorreu conforme a tradição. E uma delas é a passagem de testemunho da Cruz Paroquial, que acontece na parte final da 1ª Eucaristia, celebração e cerimónia, que é presidida pelo pároco. Para 2018/2019 assumiu-se como responsável, José Agostinho Costa.


Ao longo do ano, a Cruz Paroquial está presente nos funerais, em todas as procissões dentro da paróquia e naquelas em que a mesma participe, a nível arciprestal ou diocesano. Além desse compromisso, cabe ao Mordomo da Cruz a organização do compasso pascal e a responsabilidade do fogo no Natal e Ano Novo.

É um serviço gratuito, que exige disponibilidade, doação, sacrifício, mas que diversos testemunhos nos dizem ser compensador, por se sentirem agradados pela disponibilidade a favor da comunidade e, sobretudo, ao Senhor. O serviço prestado pelo Sr. Raimundo foi agradável e digno aos olhos de todos. Ao Sr. José Agostinho Costa, esposa Judite e filhos Gabriel e Rafaela, o A Aurora do Lima augura e deseja um bom e santo desempenho.

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