Raúl Rodrigues, professor da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), apresenta, no dia 23 de outubro, o livro “Enxertia de Árvores de Fruto”. O manual técnico, que surge no âmbito do projeto RevitAGRI – PNPG (Revitalização dos setores produtivos tradicionais do Parque Nacional Peneda Gerês), é uma obra destinada a produtores de árvores de fruto, fruticultores, técnicos, estudantes e amantes da enxertia. “Tenho a esperança de que sirva de orientação e desperte o interesse para a preservação e propagação de espécies frutícolas regionais”, referiu o autor da obra, acreditando que este é um livro “muito útil” já que permite “a transferência de conhecimento e dos resultados do projeto para os utilizadores”.
O projeto Revitagri-PNPG – Revitalização dos setores produtivos tradicionais do PNPG visou uma “clara transferência de conhecimento” de uma entidade do sistema científico e tecnológico (Instituto Politécnico de Viana do Castelo, através da Escola Superior Agrária e da Escola Superior de Ciências Empresariais) para os atores locais do PNPG, mais concretamente para as empresas ligadas ao agronegócio, tendo sempre como metas a capacitação dos agentes locais, a valorização dos recursos endógenos do PNPG e o acréscimo de valor dos seus produtos.
Durante este projeto, foram realizados, na área da fruticultura, vários seminários de campo no Gerês (Terras de Bouro) e no Soajo (Arcos de Valdevez), onde foram instalados dois campos experimentais que acolhem algumas das variedades regionais de macieira referenciadas na área do PNPG.
Foi neste contexto, explica Raúl Rodrigues, que surgiu este manual técnico de “Enxertia de árvores de fruto” que é “fundamental”, até porque, diz “há cada vez mais interessados” no assunto. “O objetivo do IPVC é ter livros que sejam úteis”, defendeu o docente da Escola Superior Agrária do IPVC, que organiza workshops sobre a temática. “Temos sempre que recusar inscrições para os workshops, porque temos muitos interessados vindos de vários locais do país, nomeadamente do Porto e de Lisboa”, contou o professor.
Para o professor, este é um livro “simples, objetivo, prático e com muita informação”, que começa pelo enquadramento do projeto, dando a conhecer de seguida a história da enxertia. As dificuldades e os problemas de incompatibilidades, como se fazem os dois grandes grupos de enxertia, quais são as várias modalidades existentes, que cuidados se devem ter, qual a época para a realização da mesma e em que espécies se aplicam são também assuntos abordados no livro.
Ainda no prefácio do livro, assinado por Alberto Álvaro dos Santos, pode ler-se que esta obra “alia a arte e o saber-fazer ao conhecimento e explanação dos processos biológicos que permitem e asseguram o êxito das operações e métodos que expõe, não deixando de chamar a atenção para os cuidados a observar e as precauções a ter antes e depois das operações, numa perspetiva permanente de condução das plantas”.
As ilustrações de cariz anatómico, fotografias e desenhos, continua Alberto Álvaro dos Santos no prefácio, “ajudam o leitor a melhor compreender os conceitos e as mensagens apresentadas, e sugerem opções ou alternativas de execução para as diversas metodologias que são propostas”. O objeto de enfoque neste livro é o processo de propagação mais generalizadamente usado, quer ao nível de espécies hortícolas, frutícolas, ornamentais, ou mesmo de algumas florestais.
O livro vai ser apresentado no dia 23 de outubro, às 17h, no auditório da ESA-IPVC, e conta com a presença do presidente da ATAHCA – Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave (ATAHCA), Mota Alves.