Professores do distrito manifestam-se na cidade

Pouco mais de 500 professores, dos 10 concelhos do Alto Minho, manifestaram-se, na última sexta-feira, em Viana do Castelo. A marcha lenta começou de manhã, junto à Secundária de Monserrate e terminou, de tarde, em frente à Câmara Municipal. A iniciativa foi convocada pela Fenprof e oito organizaçãoes sindicais, que falavam de uma adesão à greve, no distrito, de 97%.

“Esta manifestação insere-se no âmbito das manifestações que têm ocorrido um pouco por todo o país”, referia César Brito, organizador da iniciativa da manhã. Este professor assegurava: “isto é um grito de revolta dos professores e dos técnicos auxiliares e especializados. De toda a gente que trabalha na escola e que luta por um ensino público de qualidade. Isto é um grito de alerta para o fim do ensino público”.

Francisco Gonçalves, secretário-geral adjunto da Federação Nacional de Professores (Fenprof), explicava que a manifestação na capital do Alto Minho representa a “demonstração da insatisfação e das exigências dos professores”. Este líder destacou que “depois de terem sido convocados serviços mínimos nas escolas e depois de uma reunião, na quinta-feira, com o Ministério da Educação, em que nada de significativo foi apresentado, esta é uma importante resposta que os professores do distrito de Viana deram às propostas. É inaceitável o que nos foi apresentado como solução para os problemas dos professores”.

O também natural de Viana do Castelo, mas a residir em Arouca, lamentou que as propostas dos “concursos não respeitam a graduação profissional, no caso da vinculação dos professores contratados”.

“No caso dos professores do quadro, a criação dos conselhos locais de educação que vão fazer a distribuição de serviço por parte dos professores que tenham insuficiência de horários, cria uma espécie de mega, mega, mega agrupamentos. Isto para os professores é inaceitável”, salientou.

Francisco Gonçalves destacou que os professores “estão disponíveis para a luta, que vai ser longa”. Apelando a uma “grande manifestação” no próximo sábado, dia 11 de fevereiro. “O Ministério da Educação não pense que os professores vão quebrar. A demonstração que aqui fizeram é de que não quebram, de que estão unidos na identificação dos problemas e nas exigências que fazem ao Ministério da Educação. Somos diferentes, mas estamos unidos na luta”, advogou. Aquele dirigente sindical reconhece que os alunos estão a ser prejudicados e frisou que “pararemos imediatamente as greves se forem dadas respostas aos problemas essenciais”.

“Um, dois, três, já cá estamos outra vez. Quatro, cinco, seis, não queremos estas leis. Sete, oito, nove, ninguém nos demove” era o grito dos professores, que partiram já depois das 10h da escola Secundária de Monserrate. Na manhã percorreram algumas ruas do centro histórico de Viana do Castelo, almoçaram num piquenique junto à praia da Argaçosa e no final do almoço concentraram-se na Praça da República, onde pediam “respeito”.    

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.