Projeto-piloto põe crianças a brincar na rua

O projeto “Rua a Brincar”, que quer pôr as crianças de Viana do Castelo a brincarem nos espaços públicos da cidade, estava na gaveta há anos e viu agora a luz do dia por “fazer todo o sentido”, garantem as promotoras.

“Foi a rua que nos juntou. Cruzámo-nos na rua das Mimosas e na Rua dos Girassóis, no Cais Novo, e foi na rua que criámos laços que queremos desenvolver”, disse Rita Vintém, uma das promotoras da iniciativa.

A maternidade de Rita Vintém e as consequências do confinamento de mais de um ano devido à covid-19 em crianças de familiares e amigos da também promotora da iniciativa Rehana Jassat, levaram as duas amigas a avançarem com o projeto, que conta com o apoio da Câmara de Viana do Castelo, no âmbito da candidatura a Cidade Europeia do Desporto, em 2023, e enquadra-se na promoção de estilos de vida saudáveis.

Rita Vintém, de 31 anos, é formada em psicomotricidade e neuropsicologia, enquanto Rehana Jassat, de 33, em Relações Internacionais/Ciências Políticas.

Com áreas de formação distintas, as amigas estão juntas no objetivo comum de deixar a “semente” que as juntou nas ruas do Cais Novo, em Darque, na margem esquerda do rio Lima, “há mais de 20 anos”.

O “Rua a Brincar” arrancou na última semana, num espaço ao ar livre na Abelheira, área urbana da cidade, e decorreu entre as 17:00 e as 19:00.

A primeira sessão contou com 26 crianças inscritas, que se foram juntando à brincadeira à medida da disponibilidade dos horários dos pais.

No total, o projeto inclui 12 sessões, em junho e julho, seis às segundas-feiras na Abelheira e, outras seis, às quartas, em Monserrate. A participação é gratuita, mas carece de inscrição na página oficial do projeto na Internet.

Por ser da área da psicomotricidade e ter tido a “oportunidade de crescer na rua”, Rita Vintém diz que nos tempos que correm “há muita iliteracia motora porque os miúdos não têm a mesma oportunidade”.

A ideia é que as crianças brinquem livres porque têm um dia mais preenchido, se for preciso, mais do que o nosso, com atividades predefinidas e tudo estruturado. O que queremos é que brinquem livremente, ao que quiserem, nem que seja estarem sentadas na relva a apreciar a natureza. Durante duas horas, estarem em segurança e fazerem o que lhes apetecer”, sublinhou a técnica.

Já Rehana Jassat não esperava a “grande” adesão ao projeto-piloto e acredita que, no balanço das 12 sessões, vai ser possível dar continuidade à iniciativa, alargada a outras zonas da cidade e do concelho.

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