Com o fim do Verão, termina a época em que os agrupamentos folclóricos são mais solicitados. Em que é maior a azáfama para todos os que aceitam dar parte do seu tempo em benefício da divulgação do rico património etnográfico, das áreas geográficas em que estão inseridos. Mesmo ativos durante todo o ano, esta é a altura em que os elementos do Rancho das Lavradeiras de Vila Franca têm mais descanso físico e recuperam forças para a nova jornada.
O brio, a chieira, de levar bem longe o bom nome de Vila Franca fala mais alto e faz esquecer e ultrapassar, entre muitas outras coisas, o cansaço, as complicações entre a atividade profissional e a folclórica, bem como a falta de tempo para o convívio familiar.
É altura de repousar um pouco, mas repousar apenas quanto à redução das atuações porque a procura e recolha de novos elementos, de novos saberes sobre as vivências de outrora, continua. Esse é um trabalho constante, de todos os dias, para quem tem a humildade de reconhecer que ninguém sabe tudo, que há sempre muito para aprender. Esta é uma das forças motivadoras para aqueles que nos dias de ontem, de hoje e de amanhã, jamais se cansarão de tentar elevar mais alto o bom nome da freguesia que os acolheu ou os viu nascer.
Criado, oficialmente, em 1980, membro da Associação dos Grupos Folclóricos do Alto Minho e parte integrante da Associação Cultural e Recreativa de Vila Franca, o Rancho das Lavradeiras de Vila Franca, cujos padrinhos são Jorge Amado e Zélia Gatai e que hoje é assessorado por Nuno Dias, tem cumprido com o principal desígnio de um grupo de sonhadores (homens e mulheres) que, em 1979 pensaram na sua criação e, assim, dar o seu modesto contributo na salvaguarda do património etnográfico da região.
Consideraram importante evitar o desaparecimento, a perda das tradições da sua terra, da rica forma de vestir e dos ancestrais usos e costumes de Vila Franca. Acautelar para que estes não morressem com os que ainda detinham um conhecimento, uma ideia da convivência de há dezenas, quiçá centenas, de anos, era uma enorme preocupação.
A abnegação de uns, a persistência de outros e, cada um à sua maneira, o amor de todos à sua terra, fizeram com que o Rancho das Lavradeiras de Vila Franca atingisse um patamar só ao alcance dos melhores.
À semelhança dos anos anteriores, 2019 ainda é um ano pleno de atividade, com participações na nossa e em outras terras, de norte a sul do país.
Logo nos primeiros dias do ano inicia-se, efetivamente, a atividade, percorrendo os caminhos da freguesia a cantar as janeiras e desejar um bom ano a todos os vilafranquenses e a participação em vários encontros de janeiras no concelho.Atividade essa que, praticamente, termina no arraial do magusto na “Quinta de Santoinho”, onde é o grupo residente, o que leva à participação em todos os arraiais.
Pelo meio há um elevado número de participações em convívios, cortejos, romarias, feirões e festivais folclóricos. Parte deles através de intercâmbios. Há, todavia, de entre estas iniciativas, três que tocam mais de perto, se assim se pode dizer: a festa maior da sua freguesia – Festa das Rosas – onde, além da participação no cortejo, assume a responsabilidade pela realização do festival de folclore, o XXXVII em 2019, integrado no programa festivo.
O grande evento internacional e intergeracional, onde o conhecimento, o intercâmbio cultural atinge o ponto mais alto do folclore na nossa região – Festival de Folclore Internacional do Alto Minho, do qual fez parte da organização e marcou presença em várias atuações, este ano com uma participação especial na “gala da fraternidade”, no dia 20 de junho.
E a rainha das romarias de Portugal, orgulho de todos os vianeneses que se prezam, citadinos ou não – Festa da Senhora d’Agonia, com presença em todos os momentos marcantes da festa, no cortejo da mordomia e no feirão, no cortejo histórico, na festa do traje e no “vamos para a romaria”, festival realizado na Praça da Liberdade.
Se há coisas que não têm preço, coisas que o dinheiro não paga e só se conseguem com muito gosto, vontade, espírito de sacrifício e, claro está, muita chieira de representar o nome de Vila Franca, este é um bom exemplo!
Vila Franca agradece!
Falecimento
No dia 13 de setembro, com 89 anos, faleceu Abel Fernandes Ribeiro da Rocha, morador que foi no lugar do Pereiro. Pessoa bastante conhecida, brincalhão, por natureza, o sr. Abel gostava muito de fazer os seus apontamentos. Soubemos, através destes apontamentos, que nos cerca de 28 anos em que partilhou a função de coveiro na freguesia com António Teixeira, Augusto Portela e Manuel Pacheco, todos já falecidos, preparou a última morada dos corpos de 741 conterrâneos. Tinha quatro filhos e nove netos e deixa viúva Maria Augusta Martins Gigante Coelho.
À família enlutada, apresentamos os mais sentidos pêsames.
No dia 02 do presente mês, com 79 anos de idade, faleceu Rosa Taborda Ribeiro da Silva, no Caminho do Mestre Afonso Novo. Cumpridas as exéquias, o seu corpo foi a sepultar no cemitério de Vila Franca. Era casada com António Manso da Silva lima, tinha seis filhos e 13 netos.
À família enlutada, apresentamos as nossas mais sentidos condolências.
Eleições Legislativas
Como em todo o país, no domingo, dia 06, decorreram, em Vila Franca com absoluta normalidade, as eleições legislativas, destinadas a eleger deputados para a Assembleia da República. Efetuado o escrutínio, verificou-se a vitória do PS com 339 votos (36,7%), seguido do PPD/PSD com 305 (33%), do BE com 71 (7,7%), do CDS/PP com 39 (4,2%), da CDU com 38 (4,2%) e do PAN com 25 (2,7%).
10
Votaram 922, dos 1668 eleitores inscritos, levando o nível da abstenção (44,7%) a acompanhar a tendência nacional.