Reaproveitamento do lixo do fundo do mar vale prémio

O PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros, interface da Universidade do Minho, e as empresas Neutroplast, JustDive e Bitcliq venceram o Prémio Inova+ Excelência Empresarial em Sustentabilidade de Recursos Naturais e Ecossistemas, por um projeto que limpa e reutiliza o lixo do fundos dos oceanos. Chamado “SeaRubbish2Cap”, pretende retirar cinco toneladas de plástico ao largo de Peniche para se produzir mais de 2.5 toneladas de pellets para embalagens.
 
O prémio, no valor de cinco mil euros, foi atribuído pela consultora Inova+. Este concurso de excelência empresarial e científica na inovação nacional teve o Alto Patrocínio do Presidente da República e a parceria da Agência Nacional da Inovação, do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e da Associação Industrial Portuguesa.
 
O “SeaRubbish2Cap” é liderado pela Neutroplast e tem a coordenação científica do PIEP. Visa identificar e recuperar o lixo do leito oceânico sem danos para o ecossistema, tratando depois os resíduos plásticos, de modo a poderem ser incorporados em produtos de valor acrescentado. A pesquisa vai incidir nos processos de recolha e limpeza dos resíduos, na sua transformação em “formato comercial” (grânulos) e na valorização pela introdução desses materiais no processo produtivo de novas embalagens, bem como no desenvolvimento de uma aplicação para smartphone que permite registar e geolocalizar artes de pesca perdidas, explica o investigador Renato Reis, do PIEP.
 
No final, pretende-se desenvolver um novo mercado onde os agentes locais da pesca operam e vendem o desperdício plástico marinho à indústria ou a outros interessados. “É um projeto de futuro com uma verdadeira abordagem de sustentabilidade, pela importância de protegermos o meio ambiente, e o prémio é o reconhecimento do trabalho de toda a equipa”, acrescenta Renato Reis. Há também a intenção de se poder replicar o modelo do “SeaRubbish2Cap” em todo o mundo. O projeto é financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através do Programa Crescimento Azul dos fundos EEA Grants.
 
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