Recortes pertinentes

As alvoradas anunciadas, desde sempre às 8h30, são incompreensivelmente direcionadas para a Praça às 12h. Sendo o acordar da cidade para a Romaria destinavam-se a trazer as pessoas para a festa, percorrendo as suas artérias. A concentração dos bombos dava-se pelo meio-dia na Praça. Cada grupo entrava por uma rua diferente, dando duas voltas à Praça, reunindo-se, depois, à volta do chafariz, tocando em uníssono, deixando as pessoas livres para dialogar nos reencontros de surpresa.

 

O Desfile da Mordomia destinava-se à sociedade civil. Significa o apresentar dos cumprimentos à edilidade e sempre foi realizado na manhã do primeiro dia das festas.
Aproveitava-se o sol da manhã que dá brilho ao esplendor dos trajes e ao ouro. Este ano foi às 16h, sob sol ardente, onde as zonas de sombra, por onde passava o desfile, lhes retiram aquele brilho. E, atenção, na falta de rigor nos trajes que desfilam.

A Festa do Traje, como atualmente acontece, nada tem a ver a festa de antigamente.
Era uma lição de história sobre os trajes apresentados que eram descritos para o que serviam, como e quando eram usados. Agora é um prolongamento do cortejo, razão pela qual cada vez há menos pessoas a assistir.
Com a certificação do traje mais uma razão para se voltar ao original da Festa do Traje.

Legenda da foto: Festas d’ Agonia “a preto & branco” 1957(?) mas, com toda a “chieira”.
Julieta Pacheco; ???; M. Pilar Cavalheiro; Estela C. Vieira; Virgínia Cavalheiro

O Cortejo transformou-se num misto de procissão e corso. Quem nos visita não está interessado nas histórias (verdadeiras ou não que se pretendem contar de todas as terras). Antes sim, no desfile etnográfico que apresente o ciclo do linho, do pão, do mel, do vinho; os serradores; os canteiros; e da Romaria. Os grupos de pessoas “fantasiadas” com peças do traje não se coadunam com a certificação do mesmo. O número que é o grande mostruário do traje à vianesa, não se pode transformar num conjunto de pessoas mal trajadas, como por exemplo usando sapatilhas, chinelos, calças de ganga, etc.

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