Regulamento da taxa turística de Viana do Castelo em consulta pública

O regulamento municipal de aplicação de uma taxa turística em Viana do Castelo, cujo valor oscila entre um e 1,50 euros, entrou esta quarta-feira em discussão pública, tal como consta da publicação em Diário da República (DR).

No documento, consultado pela Lusa, a autarquia de Viana do Castelo justifica a sua implementação com “o aumento significativo do número de estabelecimentos de alojamento local, que, no ano de 2014, era de oito unidades, passando para 408 unidades no ano de 2021”. O projeto de regulamento da taxa municipal turística de Viana do Castelo, um documento de 14 páginas, explica que o «valor da taxa foi calculado com base nos custos de funcionamento das unidades de turismo, ambiente e espaços verdes, iluminação pública, gestão de equipamentos, vias e infraestruturas, limpeza urbana e custos indiretos».

O projeto, agora em discussão pública, refere que “as estatísticas demonstram um crescimento significativo nos últimos anos, nomeadamente no que se refere ao número de hóspedes e dormidas, que, no período de 2014 a 2019, registou um aumento de 84% e 92%, respetivamente”. “Este crescimento é reflexo, enquadra-se numa tendência de crescimento nacional e, sobretudo, na estratégia municipal de empreendedorismo turístico, dinamização de estruturas culturais e valorização património histórico tornando o município mais apelativo e capaz de absorver e atrair cada vez mais visitantes”, refere o projeto de regulamento.

Para a autarquia, “o investimento na área do turismo revela-se estratégico para o desenvolvimento económico-social da região e tem demonstrado ser um forte impulsionador do tecido empresarial e consequentemente da criação de emprego, com um impacto inegável na atividade económica de modo geral e, mais concretamente, na oferta turística”. “Importa fortalecer o investimento na área, de modo a corresponder às necessidades e exigências do mercado, possibilitando o alargamento, desenvolvimento e melhoramento de infraestruturas, assim como, a criação e desenvolvimento de serviços e apoios dedicados ao turismo, para garantir uma marca de qualidade do concelho, enquanto destino turístico”, adianta a nota justificativa que acompanha o regulamento.

Segundo o município, “este crescimento necessita de uma forte aposta na promoção turística como princípio de consolidação do destino Viana do Castelo e, o custo inerente a este esforço pode ser cofinanciado pelos próprios turistas, uma vez que são os grandes beneficiários destes serviços”. A aplicação da taxa turística «permitirá ao município prosseguir com a estratégia de promoção e afirmação turística do concelho, fortalecendo os agentes económicos da cidade e mantendo o crescimento do turismo nos próximos anos, garantindo, simultaneamente, a sustentabilidade e a equidade do setor».

O projeto de regulamento foi aprovado, em outubro, em reunião camarária, com os votos da maioria PS e da vereadora da CDU, Cláudia Marinho. Já os dois vereadores do PSD, Eduardo Teixeira e Paulo Vale, e Hugo Meira, do CDS-PP, em substituição da vereadora Ilda Araújo Novo, rejeitaram a proposta socialista. O PSD criticou a «ganância de encontrar formas de cobrar mais impostos» e o CDS-PP considerou que a aplicação da taxa representa «uma manifesta falta de sensibilidade e até de sentido de oportunidade», manifestando «espanto» pela forma como «este executivo entende a atividade turística e a afluência de turistas» em Viana.

Terminada a auscultação, o documento volta a ser submetido à apreciação da autarquia e da Assembleia Municipal. Em caso de aprovação entra em vigor, o que se prevê acontecer a partir de 2023.

Lusa

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