Rio registou a maior cheia dos últimos 10 anos

O rio de Afife registou a maior cheia dos últimos 10 anos, devido a um dia, onde a chuva se fez sentir com maior incidência, o que originou uma subida substancial do caudal do rio de Afife. Algumas das pontes não conseguiram suportar tal quantidade de água, e pelo menos as pontes do Mica e do Fial, a jusante da nacional 13, viram a água passar por cima dos seus tabuleiros.

Os caminhos da Veiga ficaram transformados em autênticos rios, uma vez que o caudal dos regos foreiros também aumentou significativamente. Há leiras submersas, o que em muito também se deve a um deficiente escoamento das águas pluviais e, em muitas situações, com a falta de limpeza dos regos foreiros.

Recorde-se que Afife perdeu uma antiga tradição que fazia parte do Código de Posturas, em que era obrigatório, pelo menos uma pessoa de cada casa e em dia previamente agendado, participar numa limpeza coletiva dos regos foreiros da freguesia. Essa situação obrigou a junta de freguesia a ficar com essa tarefe e proceder à execução de alguns destes trabalhos, mas também não tem capacidade para chegar a todos.

Frigoríficos
Foram abandonados numa ravina, à face da estrada florestal de Afife, um pouco acima da curva do Cuturo, 14 frigoríficos, onde antes lhes foram retirados os motores, além de outro lixo pesado. Esta é uma situação que deixou grande parte dos afifenses incrédulos, pois tudo aponta a que não sejam pessoas particulares, que se desfizeram de um eletrodoméstico que já não utilizava. Já tem sido habitual, aparecer restos de obras e outros na área florestal, mas desta dimensão é que não há memória. Tudo terá sido levado até àquela ravina, presumivelmente por intermédio de uma camioneta e depois, terá sido descarregado para a ravina.

Esta é uma situação de atentado ao meio ambiente e punível por lei e injustificada, uma vez que a Câmara de Viana do Castelo faz gratuitamente a recolha de todo o tipo destes materiais, indo-os buscar a casa dos munícipes. Para tal, apenas tem que contactar a Câmara para definir o dia e a hora da recolha.

Casino AFIFENSE
Tal como sucede, com todas as associações, a sua atividade, está parada, no entanto, o Casino Afifense aproveita para realizar obras, que estavam já previstas e que depois de ter sido requalificada a teia e a parte de palco, estão a renovar a parte elétrica da área de palco.

De momento, a associação está a melhorar a área de camarins de apoio a espetáculos, criando instalações sanitárias, para servir os atores. A renovação que tem sido efetuada no Casino Afifense visa dar condições a companhias de teatro de apresentar os seus espetáculos nesta que é a segunda casa de eventos do género do concelho.

A direção tinha agendadas várias atividades para o corrente ano, mas acabaram por ser canceladas ou adiadas, devido à situação que no momento se vive.

Também a não realização das festas de Carnaval podem ter contribuído para que haja, no momento, uma menor afluência ao pagamento de quotas, que é fundamental, para a sobrevivência, deste tipo de associações.

SERRAÇÃO
A quarta-feira de Cinzas é o ponto de partida para se ouvir, ao cair da noite, o som dos triquelitraques, anunciando a “SARRAÇÃO DA VELHA”. Em outras alturas, ao anoitecer na freguesia de Afife, ao cair da noite, os rapazes saiam às ruas, com os seus triquelitraques tocando o SARRA, a MARCHA, ou o ESGALHA, primeiramente de uma forma anunciadora de que a SARRAÇÃO DA VELHA iria acontecer a meio da Quaresma. O ano passado, e quase em cima da hora, a tradição viria a ser adiada, para este ano, uma vez que a Covid-19 estava a deixar marcas evidentes.

Este ano e porque a pandemia não estava controlada e os casos aumentaram, o Governo tomou novas medidas de confinamento e não permitia a realização de eventos. Neste sentido, Afife não SARRA a VELHA a meio da Quaresma, no entanto, a tradição da música continua a marcar presença na freguesia, uma vez que as pessoas que tem triquelitraque, devem ao anoitecer, vir à porta de casa e fazer ouvir o som da Marcha, o Sarra, ou o Esgalha. Este é o apelo que fica. No entanto, já se tem feito ouvir os triquelitraques, embora poucos.

Refira-se que com a paragem das aulas presenciais na escola de Afife, parou também a aprendizagem de manusear o triquelitraque, uma vez que duas vezes por semana, o afifense Luís São João, se deslocava à escola para ensinar os alunos a tocar as várias marchas. Havia até, um grupo de alunos organizados, que sempre solicitado, marcava presença, para qualquer realização, tanto na freguesia como fora. Assim, sem o tradicional cortejo da VELHA a meio da Quaresma, vai valendo a colaboração dos afifenses, que vão fazendo ouvir os seus triquelitraques.

No entanto, refira-se que o triquelitraque de Afife também se faz ouvir pelo menos em Andorra, onde o afifense António Barbosa, que muitas vezes fez parte da organização da SARRAÇÃO DA VELHA, vai dando umas esgalhadelas, porque o triqulitraque o acompanhou.

Ou mesmo mais longe, na Austrália, onde o José Santo, também tem o triquelitraque e de bem longe mata saudades, fazendo ouvir o som do instrumento mais original e característico da sua terra.

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